O fiscal militante
Leandro Loyola
OS PAPÉIS José Serra e Aécio Neves (acima) na campanha de 2002 e a autuação da Receita, assinada por Bajerski (ao fim do texto). Ele teve acesso a todas as contas dos tucanos (logo abaixo, material da campanha de Bajerski) |
Nos últimos dois anos, a receita Federal fez uma devassa nas contas de sete dos maiores partidos políticos do país.
Os auditores tiveram acesso às contas de campanhas eleitorais e a outras informações financeiras.
O resultado da apuração deveria ser sigiloso – apenas a Receita e os dirigentes dos partidos poderiam ter acesso a ele.
Mas o regulamento do sigilo fiscal foi quebrado no mês passado, quando o jornal Folha de S.Paulo publicou que o PSDB foi autuado pela Receita em R$ 7 milhões.
Segundo a investigação, o partido sonegou impostos e usou notas fiscais frias na campanha presidencial de 2002, quando o candidato era o atual governador de São Paulo, José Serra.
Entre todos os partidos fiscalizados, só vazaram as irregularidades do principal partido de oposição ao governo.
Da investigação ao vazamento | |
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O caso começou com um pedido da CPI dos Correios | |
2005 l Agosto A partir de um requerimento do senador José Jorge (PFL-PE), a CPI dos Correios (imagem) pede que a Receita Federal investigue o PT pelo envolvimento no mensalão 2005 l Setembro A Receita abre a investigação e inclui ainda outros partidos envolvidos no mensalão: PL (hoje PR), PP e PTB. Depois inclui também PSDB, PFL (hoje DEM) e PMDB 2007 l Dezembro O auditor fiscal Julio Bajerski, responsável pela fiscalização do PSDB, anuncia em um site de classificados que perdeu uma maleta com documentos em Porto Alegre (RS) 2007 l Outubro Depois de dois anos, os partidos começama ser notificados do resultado da fiscalização feita pelos auditores da Receita Federal 2008 l Fevereiro O resultado da investigação da Receita Federal sobre o PSDB, com uma multa que chega a R$ 7 milhões, é publicado pelo jornal Folha de S.Paulo |
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