O monstro da inflação, que parecia derrotado não só no país, mas no mundo, voltou a assombrar. Os preços internacionais de produtos básicos e essenciais — entre eles o petróleo, os metais e os alimentos — hoje sobem rapidamente, trazendo uma ameaça não vista desde as crises do petróleo dos anos 70.
De acordo com estimativas compiladas pela revista inglesa The Economist, dois terços da população mundial deverão conviver com inflação acima de 10% neste ano.
"É um fogo com o qual não vale a pena brincar", alerta Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central.
O que explica essa recente escalada nos preços?
A reportagem de capa de VEJA desta semana esclarece pontos centrais do problema. Os primeiros suspeitos são os preços das commodities.
O produto que mais subiu foi o petróleo.
Há cinco anos, o barril custava menos de 30 dólares. Hoje é vendido a 130 dólares — maior valor em termos reais (já descontada a inflação) desde o segundo choque do petróleo, em 1979.
Os metais e alguns produtos alimentícios também tiveram altas expressivas, superiores a 100%.
Esse fenômeno deve-se ao forte crescimento da economia internacional dos últimos anos, especialmente na China e na Índia.
Em especial, da incorporação de milhões de novos consumidores ao mercado planetário. De acordo com estimativas do Banco Mundial, a aceleração do crescimento global retirou 400 milhões de pessoas da miséria e pobreza entre 1990 e 2004 — em outras palavras, o avanço do capitalismo tirou das sarjetas praticamente uma pessoa por segundo.
É gente que agora come mais proteína e começou a adquirir casas, carros e eletrônicos.
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