‘Lula é Minha Anta’ ocupa um lugar de honra na estante de Dilma
Por Augusto Nunes
Vejam o detalhe ampliado da foto publicada pelo Estadão nesta quarta-feira, exibindo parcialmente a estante que aparece no programa eleitoral de Dilma Rousseff.
Parece montagem.
Mas é isso mesmo: entre Mutações, autobiografia da atriz Liv Ulmann, e um exemplar da Constituição brasileira, lá está o livro Lula é Minha Anta, de Diogo Mainardi ─ “o crítico mais mordaz e ácido do presidente da República”, segundo a repórter Denise Madueño.
“Discriminação!
Cadê O País dos Petralhas???”, bradou Reinaldo Azevedo, que reproduziu o texto do Estadão em seu blog.
Meu amigo e vizinho de site está coberto de razão.
Se a equipe do marqueteiro João Santana quis mostrar que Dilma se converteu numa democrata tão radical que lê até as obras dos grandes satãs do PT, não poderia ter esquecido o best-seller de Reinaldo.
A menos que a entrada em cena de Lula é Minha Anta tenha sido coisa de algum tucano infiltrado, admirador de Reinaldo Azevedo, que deixou em casa o exemplar autografado para não ser identificado pela dedicatória.
Lula já teria motivos para sentir-se afrontado com a mera presença da estante: todo mundo sabe que ele nunca leu nada na vida.
A ideia de juntar com estudada displicência livros de diferentes gêneros e autores é ofensa grave.
Se o padrinho não passou sequer da orelha daquele livro de Paulo Coelho, a afilhada deveria ter-se dispensado de fingir que leu todos os poemas de Manuel Bandeira, os clássicos de William Faulkner, livros de química e física, lançamentos recentíssimos e até obras por traduzir.
Mais que afronta, mais que ofensa grave, a inclusão de Lula é Minha Anta talvez seja o primeiro indício veemente da ruptura inevitável.
É possível que a criatura, anabolizada pelas últimas pesquisas de opinião, já esteja desconfiando de que não deve tanto assim ao criador.
Nessa hipótese, Dilma começou a trair Lula ─ com Diogo Mainardi.
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