Dois minutos bastam para mostrar quem foi, como é e o que quer fazer Dilma Rousseff
Na sessão de 24 de fevereiro, o deputado britânico Nigel Farage resolveu dizer o que acha do belga Herman Van Rompuy, presidente do Parlamento Europeu. Se foi ou não excessivamente rude, se recorreu ou não a argumentos discutíveis, isso é secundário.
O que importa é que transmitiu, num curto espaço de tempo, um recado claríssimo.
Na opinião do parlamentar inglês, Van Rompuy menospreza o conceito de nação, ignora os fundamentos da democracia moderna, tenta reduzir a Grécia a um protetorado da União Europeia, é desprovido de carisma e representa um “não-país”.
Depois do debate na Band e da entrevista ao Jornal Nacional, o ex-governador José Serra afirmou que o tempo reservado às respostas dos candidatos é curto demais.
Em dois minutos, é verdade, ninguém consegue resumir o que fará nas áreas da saúde, da educação ou da segurança pública.
Mas é tempo de sobra para revelar o que pensa sobre questões ainda mais relevantes para milhões de eleitores.
Farage precisou de 2 minutos e 8 segundos para traçar o perfil de Van Rompuy.
Serra não precisa de mais que isso para dizer aos espectadores, por exemplo, quem foi Dilma Rousseff.
Ou como é Dilma Rousseff.
Ou o que fará Dilma Rousseff.
Se esse tempo basta, o espaço aberto pelo horário eleitoral gratuito é uma eternidade.
Serra sabe ser objetivo.
O que falta é esquecer palpite de marqueteiro, compreender que a democracia corre perigo e, para abrir os olhos dos brasileiros, mostrar as coisas como as coisas são.
Direto ao Ponto
15/08/2010
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