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sexta-feira, 15 de agosto de 2008

O TEMPO URGE PARA OS COMPRADORES


Em meados de janeiro deste ano, a revista VEJA, já previra tudo que está acontecendo agora, não por que fizessem futurologia, mas porque no formato da negociação, de fusão das duas empresas de telefonia, estava previsto, que o governo iria mudar a lei, para tornar possível, esses mega negócio questionável em termos de mercado, por isso, vetado até agora, pelo Plano Geral de Outorgas, que visa defender o consumidor final, mas que será atropelado por “interesses” não convincente do ponto de vista ético, pelo governo Lula. .

A super-empresa de telecomunicações, resultado da compra da Brasil Telecom pela Oi (antiga Telemar) e deverá ser batizada, segundo a VEJA, de Oi Brasil será dona de 65% da telefonia fixa no país.

Terá 43% do mercado total de banda larga.

E 17% dos assinantes de telefonia celular.

Uma gigante de quase 30 bilhões de reais de faturamento anual. Muito mais que o da Vale (do Rio Doce). .
Um negócio de 8,65 bilhões de reais – quase tudo financiado pelo BNDES. .

É necessário também que seja alterada a lei que regulamenta as telecomunicações, dizia a Veja em janeiro, pela legislação em vigor, a compra não é permitida, pois o mesmo controlador não pode ser dono de duas concessionárias.

Isso não será empecilho.

O Palácio do Planalto desde sempre avisou às partes que está pronto para editar um decreto mandando essa proibição para o espaço.

A mexida na lei será feita em velocidade de carro de Fórmula 1 – o negócio tem a bênção do governo Lula. E não é de hoje.
A operação estava marcada para vir ao mundo em 2006, conforme mostrou uma reportagem da revista publicada em outubro daquele ano.

O que a travou foi justamente a descoberta, pela VEJA, de que o lobby para mudar a legislação impeditiva foi tão violento que chegou a envolver o filho do presidente da República, Fábio Luís, o Lulinha, e seu amigo, Kalil Bittar. .


Antes disso, VEJA havia revelado que, em 2005, a Telemar (atual Oi) investira 5,2 milhões de reais na Gamecorp, uma produtora de TV e de jogos para celular que tem entre os seus sócios Lulinha e Bittar.

Até agora, a Telemar/Oi investiu mais de 10 milhões de reais na Gamecorp.

O impacto da descoberta adormeceu o negócio entre a Oi e a Brasil Telecom. Mas não o matou. No ano passado, sob a declarada boa vontade do governo, as conversas recomeçaram. E intensificaram-se a partir de novembro. Entre em dezembro, chegou-se ao estágio final. .


O que causa estranheza no contrato assinado entre Oi e BrT é a clausula que prevê uma multa de R$ 490 milhões, a ser pago pela Telemar, caso o contrato seja desfeito. Entre as possibilidades de pagamento da multa, seria a possibilidade da Anatel não aprovar a aquisição em até 240 dias.

Com se vê é muito dinheiro envolvido em muita confiança no taco, de quem conta com o ovo da mudança das regras, ainda dentro da galinha governamental.

Daí se compreender o estresse causado pelo senador Sergio Guerra em não aprovar, de primeira, a funcionária Emília Ribeiro, que será o voto de desempate, na Anatel dividida, em dois votos contras, dois a favor.


Fontes: VEJA Online, Folha de São Paulo


Acaba-se a concorrência. A OiBrasil deitará e rolará em cima dos consumidores.
Engraçado, há tempos atrás, a Lacta e a Garoto, indústrias de chocolate quiseram se fundir, mas o CADE-Conselho de Defesa Econômico não aprovou porque a Lacta teria mais de 50% do mercado de chocolates e isso inviabilizaria a concorrência.
E agora acontece isso na área de telecomunicações, mais essencial que chocolates.
FORA LULA, FORA PT!
por Carmen Gomes

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