A Geórgia lançou um cerco à Ossétia do Sul na última quinta-feira (7), enviando tanques para a capital separatista, em tentativa de retomar o controle sobre a região. Em resposta, a Rússia tem bombardeado a Geórgia e realiza sobrevôos na região. O confronto já deixou cerca de 40 mil refugiados, de acordo com a Cruz Vermelha.
Os Estados Unidos acusaram neste domingo a Rússia de se opor a um cessar-fogo na região separatista da Ossétia do Sul, afirmando que Moscou quer derrubar o governo pró-Washington do presidente georgiano, Mikhail Saakashvili. Entenda as causas do conflito.
Musa Sadulayev/AP |
Coluna de tanques russos segue em direção a Dzhava, na Ossétia do Sul; EUA acusam Rússia de querer derrubar governo da Geórgia |
"Houve dois bombardeios. Um contra a base militar de Kojori e outro no monte Makhata. Até onde sei, não há mortes", afirmou Shota Utiashvili, porta-voz do Ministério do Interior, à agência Reuters.
As explosões, ouvidas no centro de Tbilisi, ocorreram horas após o chanceler da França, Bernard Kouchner, chegar para conversas com o presidente da Geórgia, Mikheil Saakashvili, em uma tentativa de interromper o conflito de quatro dias na região separatista da Ossétia do Sul.
Kouchner deve partir de Tbilisi para Moscou assim que conversar com Saakashvili. Não se sabe se ele deixou o país antes do bombardeio.
Os combates entre Rússia e Geórgia tiveram início na sexta-feira (9), com a entrada das forças da Geórgia na Ossétia do Sul, pequena Província pró-Moscou que declarou unilateralmente sua independência em 1992, e que conta com forças de paz russas sob mandato das Nações Unidas.
As tropas russas tomaram o controle da capital da Província, Tskhinvali, na manhã do domingo, e a Geórgia retirou suas tropas e ofereceu um cessar-fogo e conversas de paz
da Folha Online
Conheça as origens do conflito entre Ossétia do Sul, Geórgia e Rússia
O conflito entre Geórgia e Ossétia do Sul começou em 1922, quando Josef Stalin (1879-1953) transformou a região separatista em Região Autônoma da República Socialista Soviética da Geórgia e deu à área a planície adjacente, incluindo Tskhinvali, habitada principalmente por georgianos.
Em 10 de novembro de 1989, o Congresso de Deputados Populares da região proclamou sua conversão em República Autônoma (dentro da Geórgia), decisão que o Parlamento georgiano declarou inconstitucional. No ano seguinte, em 20 de setembro, os deputados proclamaram a soberania e a criação da República da Ossétia do Sul.
Dois anos depois, em 1992, a República proclamou sua independência da Geórgia em um acordo de paz que, contudo, não evitouArte/Folha Online o país de manter tropas na região. A Rússia, que intermediou acordos de cessar-fogo, tem mantido negociadores de paz na região para garantir a soberania da Ossétia do Sul.
Escalada
Toda a tensão entre Ossétia do Sul, Rússia e Geórgia ganhou força depois da Revolução Rosa, que levou Mikhail Saakashvili à Presidência da Geórgia, em janeiro de 2004.
Saakashvili, aliado dos Estados Unidos, prometeu reconstruir o país e aproximá-lo do Ocidente, o que irritou a Rússia. Nos últimos anos, o presidente geórgio tem acusado a Rússia de apoiar as regiões para sabotar o seu governo. Moscou nega as alegações. Em 2006, o parlamento da Geórgia acusou a Rússia de tentar anexar as regiões, e Saakashvili chegou a levar a denúncia às Nações Unidas.
Na Geórgia, além dos conflitos com os separatistas, a violência interna tem crescido devido às condições econômicas da região, em declínio desde o colapso da União Soviética em 1991.
Com agências internacionais
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