Leste Europeu se une para conter avanço da Rússia
A invasão russa da Geórgia assustou os países do Leste Europeu, principalmente as ex-repúblicas soviéticas. Líderes de Lituânia, Estônia, Letônia, Polônia e Ucrânia se reuniram esta semana para expressar solidariedade a Tbilisi e tomar medidas para evitar outras intervenções militares semelhantes. O primeiro resultado concreto dessa coalizão foi percebido ontem, quando o presidente da Ucrânia, Viktor Yushchenko, impôs restrições à movimentação militar da Rússia em território ucraniano. A medida afeta principalmente a frota russa no Mar Negro, que está baseada no porto ucraniano de Sebastopol. A partir de agora, os navios de guerra e a aviação russa devem pedir permissão a Kiev com pelo menos 72 horas de antecedência antes de qualquer operação. "Se não forem cumpridas essas exigências, as autoridades podem pedir aos navios de guerra, aos de abastecimento e às aeronaves russas que abandonem o território ucraniano", diz o documento emitido ontem pelo governo da Ucrânia. "O governo da Ucrânia tomou uma grave medida contra a Rússia", declarou Sergei Lavrov, ministro russo das Relações Exteriores. "A determinação complica gravemente as atividades da frota, em contradição com o acordo russo-ucraniano." Com o desmantelamento da União Soviética, nos anos 90, Rússia e Ucrânia dividiram a Frota do Mar Negro. Em 1997, os dois países assinaram um acordo que permitiu que a Marinha russa usasse o porto de Sebastopol, na Ucrânia. Em maio, Yushchenko afirmou que não renovará o acordo, o que levou os russos a apressar a construção de um porto em Novorossiysk, também no Mar Negro. O aumento das tensões entre Moscou e Kiev fez muitos analistas apontarem a Ucrânia como o próximo alvo da Rússia. Um quarto da população ucraniana fala russo e vive na margem leste do Rio Dnieper, onde estão os principais centros urbanos e a maior parte da riqueza do país. |
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