Lins é suspeito de integrar esquemas de corrupção passiva e enriquecimento ilícito.
A Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) cassou o mandato do deputado Álvaro Lins (PMDB) por 36 votos a 24. Houve três abstenções. Seu destino político foi traçado pelo plenário da Casa em votação secreta, na tarde desta terça-feira (12). Sua derrota foi o capítulo final de uma novela que começou em junho deste ano, quando a Corregedoria da Casa começou a apurar sua quebra de decoro parlamentar.
O mandato de Álvaro Lins ficou na berlinda depois que ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal, suspeito de integrar esquemas de corrupção passiva, formação de quadrilha e enriquecimento ilícito. Lins, ex-chefe da Polícia Civil, foi acusado de usar a estrutura da corporação que comandou para praticar os crimes de lavagem de dinheiro e facilitação de contrabando.
Ele chegou a ser preso durante operação Segurança Pública S/A, da Polícia Federal, em maio deste ano. Prisão que foi relaxada pela Alerj horas depois, por 40 votos a 15. Após ver sua imagem arranhada, a Casa passou a apurar se houve quebra de decoro do parlamentar.
O primeiro parecer a favor da cassação foi do corregedor Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB), argumentando que Lins nomeou pessoas investigadas pela Polícia Federal para seu gabinete. Na época, o deputado afirmou ainda que os crimes de lavagem de dinheiro e de prisão e formação de quadrilha são crimes permanentes, o que indica que os atos que precederam a eleição do parlamentar se conectam com o mandato de Lins.
Na última terça-feira (5), o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) decidiu enfim pela cassação do deputado, deixando seu mandato nas mãos do plenário da casa.
Durante sua investigação por quebra de decoro, Álvaro Lins faltou a depoimentos e entrou com recursos para adiar o processo. Sua última tentativa foi na sexta-feira (8), em que tentou anular a tramitação de seu processo alegando que o Conselho de Ética da Alerj, que decidiu pela cassação, não estaria cumprindo o regimento interno da casa.
Já na segunda-feira (11), no entanto, Lins desistiu do recurso, alegando que preferia enfrentar logo o plenário a passar pelo desgaste do adiamento do processo.
Segundo o deputado Audir Santana (PSC), relator do processo de Lins no Conselho de Ética, dos nove parlamentares que foram investigados no ano de 2008, apenas dois foram cassados
Do G1, no Rio
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