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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

PT em cacos

Lula veta nota de Dilma após depoimento de Lina Vieira

Melhor não. Ao final do depoimento de Lina Vieira no Senado, Dilma Rousseff estava decidida a divulgar nota para marcar o encerramento do caso, uma vez que a ex-secretária da Receita não apresentou prova do encontro que afirma ter mantido com a ministra. Lula, porém, abortou a iniciativa, sob o argumento de que daria corda à oposição.

POR RENATA LO PRETE


Foi a pedido de Delcídio Amaral e Ideli Salvatti que o presidente do PT, Ricardo Berzoini, emitiu a nota em defesa do sepultamento definitivo de investigações contra José Sarney.

Obrigados a votar devido à recusa do líder Aloizio Mercadante em nomear novos titulares para o Conselho de Ética, os dois queriam algo que lhes permitisse dizer ao eleitor que livraram a cara de Sarney por determinação superior.

Ao se recusar a ler a nota, Mercadante retirou-lhe o caráter institucional.

O discurso de Flávio Arns ("me envergonha estar no PT") completou o desastre.

Longe dali, um grão-petista minimizava a confusão e a saída de Marina Silva:

"O PT tomou um rumo. Vamos trazer o PMDB para Dilma. Quem não estiver contente que procure outro caminho".

Não falei! De Mercadante: "A carta está assinada. E nunca assumi o compromisso de defender essa posição".

Falou sim! De Delcídio, no Twitter: "Coisa feia, Mercadante. Pela manhã assumiu que iria ler a carta do Berzoini, mas em coletiva negou".

Disfarça... Foi de propósito que Delcídio proferiu longe do microfone seus votos pró-Sarney. O ex-presidente da CPI dos Correios providenciou livros e revistas para esconder o rosto e usou inusuais óculos de leitura.

...e vota. O tucano Flexa Ribeiro provocou: "Ideli, ninguém ouviu o seu voto". "Meu voto foi esse aí", respondeu a petista de cara amarrada.

De saída. Flávio Arns negocia filiação ao PSC do deputado Ratinho Júnior. Sabe que o nome preferido do PT para o Senado pelo Paraná é o de Gleisi Hoffmann. O partido lhe sugeriu tentar a Câmara.

Reality. O vice-presidente Marconi Perillo (PSDB-GO) suspendeu a sessão do plenário para que a TV Senado exibisse ao vivo o PT salvando Sarney no Conselho de Ética. "É por isso que o Lula me odeia", brincava ele, depois.

Freezer. Franklin Paes Landim, o funcionário que introduziu boletins com atos secretos na intranet do Senado depois da abertura de investigação, foi removido do cargo de chefe de publicações e devolvido para a Gráfica.

Internacional. O anúncio da saída de Marina Silva do PT foi acompanhado por pelo menos cinco veículos estrangeiros, entre agências de notícias, TVs, jornais e revistas.

Ontem e hoje. Para Luiza Erundina, uma das primeiras a romper com o PT, Marina "fará a diferença no debate". "Ela tem perfil mais parecido com o Lula do que a Dilma", diz a ex-prefeita, hoje no PSB.

Mentor. Ao ouvir Lina dizer que "os governos passam, e nós ficamos e servimos ao país", quem conhece os bastidores da Receita imediatamente se lembrou de Alberto Amadei Neto, auditor que ela elevou a assessor especial quando virou secretária. Egresso dos quadros do Unafisco, ele continua no gabinete do sucessor, Otacílio Cartaxo.

Mulheres. Fátima Cartaxo, mulher de Otacílio e também auditora da Receita, é grande amiga de Lina, assim como Iraneth Weiler, chefe de gabinete que corroborou o relato sobre a ida da então secretária ao Planalto a pedido de Dilma.

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