Nas pegadas de Marina Silva (AC) e Flávio Arns (PR), um terceiro senador da bancada do PT ameaça deixar a legenda.
por Josias de Souza
Chama-se Augusto Botelho (RR). Integra o grupo que defende a abertura de uma investigação contra José Sarney. A exemplo de Arns, Botelho aproveita a confusão nacional, gerada pelo apoio do PT a Sarney, para acertar um passivo regional. O senador enfrenta resistências no PT de Roraima para se viabilizar como candidato da legenda à reeleição, em 2010. Em vez de Botelho, o PT acena com a hipótese de lançar para o Senado a deputada petista Angela Portela (RR). É uma situação análoga à de Arns.
No Paraná, Arns convivia com o risco de ser preterido na candidatura ao Senado pela mulher do ministro Paulo Bernardo (Planejamento), Gleisi Hoffmann.
A despeito da conotação paroquial, a eventual saída de Botelho alimentará a fogueira que arde sob a bancada do PT desde que o partido decidiu, por ordem de Lula, salvar Sarney. Ricardo Berzoini, presidente nacional do PT, tenta evitar que o "graveto" Botelho se converta em alimento para o fogo brasiliense.
Programou para a próxima semana uma reunião com o petismo de Roraima. Botelho está com a mão na fechadura. Nos subterrâneos, diz que, desatendido, vai para outra legenda. É cobiçado pelo PDT, partido ao qual era filiado antes de sentar praça no PT.
Confirmando-se a nova baixa, o petismo do Senado, que já é pequeno –12 senadores— ficará reduzido a uma tropa de nove. Nesta quinta (20), Lula deu de ombros para o derretimento: "Eu não vejo crise no PT”. Fez a declaração longe de Brasília.
De volta à capital, reuniu-se com Aloizio Mercadante, que deixa o posto de líder graças à crise que Lula diz não existir. Informado por Mercadante acerca da renúncia à liderança, Berzoini classificou o gesto de “erro”.
Pediu reconsideração? Não, não. Absolutamente. "Eu disse que acho um erro ele sair, o que é diferente de pedir para ele ficar", esclarece Berzoini, convidado para a reunião de Lula com Mercadante.
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