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terça-feira, 18 de agosto de 2009

Lina, ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira

A reação agressiva, em alguns momentos grosseira, de senadores da base governista com a ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira, nesta terça-feira (18), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, é a evidência de que o Palácio do Planalto tem algo a temer. Em mais de três horas de depoimento, Lina Vieira reiterou que se encontrou com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, no final do ano passado, e que a petista teria pedido a ela que agilizasse as investigações da Receita contra o filho do presidente José Sarney.

A ex-secretária narrou, com detalhes, sua ida até o Palácio do Planalto. De acordo com Lina, o motorista oficial da Receita Federal a levou até o prédio e eles teriam entrado pela garagem, na parte de trás do Palácio. Lina Vieira teria se identificado em uma guarita, passado pelo detector de metais, pego o elevador sozinha até o quarto andar. Lina Vieira contou ainda que ficou perdida no andar, procurando a sala da ministra, até que a chefe de gabinete de Dilma Rousseff, Erenice Guerra, veio ao seu encontro e levado-a até a antessala do gabinete de Dilma.

O relato da ex-secretária foi marcado pela riqueza de detalhes. Segundo Lina, ela ficou nessa sala na companhia de duas pessoas, um homem e uma mulher, tomado um água e um café, e foi levada, por Erenice, até a sala de Dilma Rousseff. Dentro do gabinete, Lina narrou que a conversa com a ministra foi rápida e que Dilma Rousseff, após conversar algumas amenidades – com a importância de haver uma mulher como chefe da Receita – foi direta em pedir à ex-secretária para “agilizar as investigações do filho do Sarney”. Dilma vestia um xale e estava apressada.

Lina Vieira contou ainda que, após o encontro, não tomou providência ou deu qualquer retorno ao pedido de Dilma, por perceber que o processo contra o filho do presidente do Senado estava caminhando nos trâmites legais da Receita. Lina Vieira disse não compreender por que o Palácio do Planalto nega o encontro.

O líder dos Democratas no Senado, José Agripino (RN), exigiu do Palácio do Planalto que as imagens do circuito interno sejam disponibilizadas para a confirmação dos fatos. “Parece que o que a Lina disse, acendeu uma luz amarela no Planalto. A base do governo veio preparada e disposta a expor a senhora Lina como mentirosa. A mim me preocupa o esclarecimento de duas coisas: da verdade e da postura de governo. O Brasil precisa esclarecer”, frisou o senador.

Fernanda Domingues – Equipe Agripino

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