Um dos grampos mostra que ele foi avisado, na véspera da Operação Santa Tereza, de que na manhã seguinte "alguma coisa grave" poderia acontecer com seus aliados. O aviso foi dado pelo coronel da reserva da PM paulista Wilson Consani Júnior, espécie de araponga da Força Sindical e de Paulinho, a um cunhado do deputado.
O cunhado repassou o recado a Paulinho, que ficou "desesperado", segundo a PF.
Paulinho se comprometeu a providenciar advogado e até a tirar Consani da prisão.
Um relatório da PF, de 35 páginas, descreve a reação de alvos da operação e familiares que caíram no grampo autorizado judicialmente. Nos telefonemas, também são relatadas preocupações de Paulinho com o envolvimento de ONGs na Operação Santa Tereza. Com razão. Na investigação, a PF já identificou dois depósitos, totalizando 120 000 reais, realizados por integrantes da quadrilha em favor de duas ONGs ligadas à Força Sindical.
Uma delas, a Meu Guri, é presidida por Elza Pereira, mulher de Paulinho.
Graças a essa informação, a PF convocará a mulher de Paulinho para prestar depoimento. O objetivo é saber se Elza utilizou a ONG para lavar dinheiro da quadrilha investigada.
A polícia quer esclarecer também a compra à vista, por Elza, de uma casa por 220.000 reais no litoral de São Paulo, dos quais pelo menos 40.000 foram pagos em dinheiro vivo.
Ele confirmou que sua mulher, Elza de Fátima, há cerca de 20 dias comprou, com dinheiro vivo, uma casa de praia em Bertioga, litoral norte de São Paulo. Mas nega que os R$ 220 mil pagos pelo imóvel colocado em nome da Filha Daniele Pereira, seja fruto de propina ou repasses irregulares do BNDES.
- Ela comprou sim, é verdade. Estamos num regime capitalista.
Ela tirou o dinheiro do banco e pagou.
Se estivéssemos em Cuba ou em algum regime comunista talvez ela pudesse ser presa, aqui não é proibido - disse Paulinho.
Aqui.
A sem-vergonhice da canalha acastelada.
0 comentários:
Postar um comentário