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sábado, 17 de maio de 2008

O alvo já foi escolhido

O alvo já foi escolhido

por Adriana Vandoni

O governo de Mato Grosso comemorou cedo demais a saída de Marina Silva, que já saiu tarde demais, é verdade. Lá em 2003 quando Lula montou seu ministério estava mais que claro que não ia dar certo.

Ele tentou um governo flex. Colocou no Meio Ambiente Marina que só vê preservação com o extermínio do monstro do agronegócio e na pasta da Agricultura colocou Roberto Rodrigues, um homem do setor, preparado, estudioso, mas que era o antagônico de Marina.

Rodrigues tentou de tudo, obteve algumas vitórias e evitou alguns desastres, até durou muito neste governo embriagado, mas saiu a tempo de não deixar que a irresponsabilidade e dubiedade petista manchassem sua história de vida.

Marina durou por conveniência, porque era interessante a Lula. Em 2003 um funcionário do Ibama denunciou ao TCU um esquema que englobava uma Ong, seu marido, Fábio Vaz de Lima, seringueiros e recursos do BNDES. A coisa foi abafada pelo governo, pois era conveniente.

No começo eu achava que Marina era inoperante, não incompetente. Com o tempo vi que era o contrário. Ela era operante e graças a Deus, incompetente e discreta. Mas sua saída, apesar de tardia, foi um golpe a Lula, o que por si só já me deixa satisfeita.

Mas o governo de Mato Grosso comemorou cedo demais. Em entrevista a agência Reuters Maggi disse que o tempo de Marina já tinha se esgotado e que "Se (Minc) vier com o ritmo de trabalho que vinha desempenhando no Rio, será bom para a fluidez dos licenciamentos de projetos no Estado".

Sim, está certinho. Sai Marina, entra Minc muito mais ágil, como quer o governador.

De tão ágil, antes mesmo de assumir disparou: “tem o governador de Mato Grosso que se a polícia deixar, planta soja até nos Andes, então, é um problema”.

Isso prova que o “problema” de Mato Grosso não é o agronegócio, não são os produtores rurais, mas a “imagem” e o governador Blairo Maggi por encarnar essa “imagem”, se tornou o “problema” de Mato Grosso.

Minc não será diferente de Marina, com o agravante de não possuir o mínimo apego à discrição. Pelo contrário, adora holofotes e com aquela cara de galã verde dos anos 70, enfrentará a incontinência verbal de Maggi com muito mais veemência. Leia mais.

Adriana Vandoni - é economista, especialista em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas/RJ. Professora universitária e articulista do Jornal Circuito Mato Grosso.

Site: www.adrianavandoni.com.br

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