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quarta-feira, 14 de maio de 2008

Se gritar pega ladrão não fica um, meu irmão...

Advogado diz que Elza Pereira pagou R$ 220 mil pelo imóvel em Bertioga, com um cheque de R$ 160 mil e o restante em dinheiro

Mulher de Paulinho compra casa à vista no litoral de SP


Transação ocorreu quando PF investigava suposta partilha de propina no caso BNDES
Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem
Vista da rua na Riviera de São Lourenço, em Bertioga, onde fica a casa da mulher de Paulinho

Colocado sob suspeita na Operação Santa Tereza, da Polícia Federal, por supostamente se beneficiar de desvio de recursos do BNDES , o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), 52, o Paulinho, há mais de um mês freqüenta uma nova casa em Bertioga, no litoral sul de São Paulo, registrada em nome de sua filha, Daniele Costa da Silva.

O imóvel foi comprado pela mulher de Paulinho, Elza de Fátima Costa Pereira, 48, tesoureira do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes. Ela informou, por meio do advogado Antônio Rosella, ter pago R$ 220 mil pelo imóvel, com um cheque seu de R$ 160 mil e o restante em dinheiro.

Segundo o advogado, a parte em dinheiro foi paga "por conveniência" e o imóvel foi registrado em nome da filha por se tratar de "uma dependente"

Elza declarou em 2006 ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo, quando se candidatou, e perdeu, a senadora paulista pelo PDT, um patrimônio de R$ 441 mil, sendo R$ 130 mil em "aplicações financeiras" na Caixa Econômica Federal e o restante equivalente a 50% de dois imóveis.

Se fosse mantido intocado na poupança, o valor em dinheiro guardado por Elza na CEF seria hoje de R$ 149 mil -cerca de 67% do valor que ela desembolsou pela nova casa em Bertioga.
Em 2006, Paulinho declarou-se mais pobre que a mulher, com um patrimônio total de R$ 163,1 mil.

A compra do imóvel em Bertioga ocorreu "há cerca de 20 dias", segundo o advogado de Elza, ou há mais de 30 dias, de acordo com os ex-proprietários localizados ontem pela Folha em São Paulo.

O período da negociação coincide com o auge das investigações da Polícia Federal que apontam suposta partilha de recursos entre Paulinho, o consultor da Força Sindical João Pedro de Moura, o advogado Ricardo Tosto, o consultor Marcos Vieira Mantovani e o empreiteiro Manuel Fernandes de Bastos Filho, entre outros investigados.

A investigação da PF começou em dezembro do ano passado. A partir de fevereiro, interceptações telefônicas feitas com ordem judicial nos aparelhos de diversos investigados passaram a registrar referências a Paulinho e a alguém identificado como "PA", que a PF presumiu ser o deputado federal pedetista.

A PF apreendeu planilhas e páginas manuscritas na sede da empresa de Mantovani, a Progus, que também relacionam Paulinho e "PA" como beneficiários da partilha de recursos relativos a empréstimos tomados no BNDES.

A casa está localizada na Riviera de São Lourenço, região que concentra condomínios e prédios residenciais de médio e alto padrões.
Há mais de 30 dias a filha de Paulinho aparece, no cadastro da empresa responsável pela administração do condomínio, como a responsável pela casa. As taxas de condomínio e outras despesas passaram a ser enviadas por e-mail para Daniele.

Ela contou que a negociação ficou a cargo de um seu procurador, cujo nome não revelou. Beatriz não soube explicar como o imóvel foi pago, se com dinheiro ou com cheques.
DE RUBENS VALENTE
na Folha

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