Segundo o banqueiro, Protógenes tem uma metralhadora giratória, mas que só gira 270 graus, e não 360 graus. "A Brasil Telecom nunca é atacada pela metralhadora do senhor Protógenes Queiroz. Parece desgovernada, mas por algum motivo não atira em 360 graus", afirmou em novo ataque ao delegado.
Dantas disse ainda em seu depoimento que se considera uma "vítima" de adulterações de gravações telefônicas feitas pela Polícia Federal (PF) na Satiagraha. "As gravações foram mutiladas. Há enxerto e, segundo informações que temos, os originais estão desaparecidos", afirmou.
"Eu fui vítima de escuta ilegal pela estrutura coordenada pelo delegado Protógenes Queiroz. Não sei se a estrutura usada foi a da Polícia Federal ou da Abin (Agência Brasileira de Inteligência)", disse Dantas.
O empresário afirmou ainda que o delegado que comandou a Satiagraha grampeou "todos os seus telefones" com e sem autorização judicial e com envolvimento de "centenas de agentes, inclusive privados". E prosseguiu: "Agora, ele (Protógenes) está querendo se colocar como vítima. Nós nunca monitoramos ele. Nem tínhamos sequer conhecimento e noção de sua existência."
Segundo Dantas, Protógenes apreendeu em sua residência um armário com uma série de discos rígidos e arquivos pessoais. "Como eu havia sido vítima de interceptações, eu criptografei todos os meus arquivos. Ele (Protógenes), então, faz uma celeuma, como criptografia das estrelas", disse.
Dantas acusou Protógenes de repassar a seus concorrentes parte do material aprendido. O banqueiro está depondo nesta quinta-feira pela segunda vez na CPI. O primeiro depoimento foi feito em agosto passado. O dono do Opportunity está munido de habeas corpus que lhe garante o direito de ficar calado para evitar que se auto incrimine. O depoimento do banqueiro já dura duas horas.
(Com Ana Paula Scinocca, de O Estado de S. Paulo)
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