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domingo, 8 de junho de 2008

Onde estão os meus direitos?

Uma coisa me chamou a atenção na última "Parada Gay" na cidade de São Paulo foi o grito por "direitos Iguais". Isso me despertou para ver como andam os meus próprios direitos no Brasil.

Levando-se em consideração que sou homem, brasileiro, 32 anos, sem deficiência física, branco, classe média e heterossexual, comecei a me preocupar com a escassez de direitos dirigidos a minha pessoa.


Como sou homem, se esvaem pelas mãos os direitos próprios da mulher. A coisa estranha é que a isonomia nesses casos iguala as mulheres em todas as coisas, menos nas que os homens seriam beneficiados com a "igualdade". Tudo bem. Abrimos mão de tudo pela fragilidade feminina. Elas merecem e nós até sorrimos!]


Não sou estrangeiro, por isso não possuo alguns direitos dentro do meu próprio país que eles possuem. Um protecionismo internacional que só vejo precedente nos Estados Unidos. Lá eu tenho mais direitos que aqui: Soy latino!


Minha idade é uma lástima. Não tenho direito às leis de proteção à infância e adolescência nem à juventude. Mas também ainda não cheguei à boa idade e me escapam os direitos dos idosos. Também não tem problemas. Amamos as cãs e mesmo que não houvesse leis específicas creio que todos nós cederíamos os primeiros lugares nas filas para eles (e as grávidas, mães de colo e deficientes sem problema nenhum).


E por falar em deficientes, eu não tenho deficiência física (à parte da minha feiúra) e, embora assine em baixo as leis de proteção aos deficientes, temos o exemplo máximo de um dedinho que não permite o homem ser torneiro mecânico, mas o habilita a ser Presidente da República. Esse nosso país...


Sou branco. E por mais que espere o verão para "pegar uma corzinha" não se reserva cotas específicas aos bronzeados artificialmente. Por vezes me sinto discriminado com essas coisas.


Como pertencente à classe média, a coisa é muito esquisita. Não sou apto para ser beneficiado por nenhum dos projetos paternalistas do Governo, ao passo que não tenho recursos para não me preocupar com a situação financeira - tenho esposa e dois filhos para cuidar.


Mas o grito gay para mim foi o mais interessante. Assustador, até!


O que significa "direitos iguais"?


Primeiro, eles querem ser tratados como um sexo - mas não são.


Querem ser tratados como uma raça - mas não são também.


Mais ainda, querem ter todo o direito de liberdade de expressão (mesmo que invadindo preceitos de retidão e caráter), mas lutam para que alguém como eu - notadamente minoria - não tenha sequer a possibilidade de criticá-los (PL 122).

Quanta incoerência!

por Samuel Vitalino

Leia mais aqui.

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