Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Rabiscos Eleitorais (Obama x Romney)



O presidente e o oponente republicano em campanha



Até as eleições de 6 de novembro, serão mais quatro relatórios mensais do governo americano sobre desemprego.

As projeções são pouco promissoras para os desempregados e para o funcionário público número 1, Barack Obama.


A taxa de desemprego deverá ficar em torno de 8% (o relatório de sexta-feira, sobre junho, manteve a taxa cravada em 8.2%), alta para os padrões americanos e preocupante para um presidente em campanha de reeleição.

Barack Obama precisa derrotar a história e a lei da gravidade política.

Desde a Segunda Guerra Mundial, nenhum presidente conseguiu um segundo mandato com taxa de desemprego acima de 7.4%. Obama, candidato da esperança e da mudança em 2008 e exuberante com uma narrativa pessoal e até suprapartidária, agora sua na campanha 2012 com aspirações mais modestas e bem partidárias. Ele pede paciência e uma segunda chance, já que o cenário nos próximos meses promete ser mais do mesmo na economia.

Obama também pede perspectiva histórica ao eleitorado (herdou um abacaxi do governo Bush, assumiu com o pior quadro econômico desde a Depressão, poderia ser pior, na sua gestão foram criados quatro milhões de empregos e a taxa de desemprego em outubro de 2009 bateu nos 10%).

O problema é que os eleitores dão notas melancólicas para Obama em gestão econômica. Pesquisas mostram que a maioria dos americanos até responsabilizam Bush pelo o que está aí. Mas e daí? Bush está no rancho do Texas. O inquilino da Casa Branca que pague a conta.

Por esta razão, não basta para o presidente apenas culpar o passado pelas mazelas. Ele apela para uma campanha cada vez mais negativa e pessoal, disparando sem cessar contra o oponente republicano Mitt Romney como uma alternativa intragável, um riquinho que quando era homem de negócios se comportava de forma insensível com trabalhadores, enquanto depositava dinheiro em paraísos fiscais para sonegar impostos.

A campanha de Romney rebate que o presidente basicamente quer desviar as atenções do inferno que é a economia americana sob o seu comando. Com a pose de paladino populista das classes média e baixa, Obama faz uma campanha cada vez mais agressiva, que se mostra efetiva, pois, até agora, ele mantém uma ligeira vantagem nas pesquisas, na margem de erro, apesar das adversidades na economia.

As más noticias na frente de empregos obviamente são boas notícias para Romney. Os queixumes a respeito dos números no mercado de trabalho na sexta-feira (em geral, definido como decepcionantes, mas não surpreendentes) competem com um chororô sobre o candidato republicano em influentes setores conservadores.

Ele está levando o previsível chumbo à esquerda (dos democratas), mas também à direita, em editoriais do Wall Street Journal e da revista Weekly Standard, ecoando a frustração do dono das duas publicações, Rupert Murdoch, de que Romney não tem pique para derrubar um político bom de campanha, como Obama.

De acordo com uma reportagem do New York Times, Murdoch (também dono da Fox News) não se impressiona muito com a postura de Romney. Numa das citações atribuídas a ele no New York Times, os EUA precisam mais do que um gerente, precisam de um líder. Murdoch, um guerreiro implacável, pede uma campanha mais agressiva.

Um comandado de Murdoch, William Kristol, o editor da Weekly Standard, escreveu um texto exasperado. Ele divagou se Romney vai seguir as pegadas dos derrotados candidatos presidenciais democratas Michael Dukakis (1988) e John Kerry (2004), que também são do estado de Massachussetts.

Nas palavras de Kristol, é possível perder uma eleição vencível para um presidente plantonista vulnerável. Curiosamente, Kristol acusa Romney de fazer o que Obama faz: acusar o outro lado. Kristol diz que não basta bater na tecla da reprovável gestão econômica do presidente. Falta oferecer uma visão nacional. No domingo, na Fox News, Kristol fez novas alertas, dizendo que Romney não tem um claro caminho alternativo na economia que seduza os eleitores.

Um conservador mais moderado, David Brooks, colunista do New York Times, diz que Romney é o que é.

O negócio dele é tocar uma campanha sem riscos, sem ousadias (chata mesmo), apostando na autodestruição do presidente democrata em função do cenário econômico.

Obama quer convencer os eleitores que façam uma escolha entre ele e Romney. Já o candidato republicano quer fazer da eleição um referendo sobre a gestão democrata. E tem hora que eu já quero saber quem vai disputar a eleição de 2016.

09/07/2012

0 comentários: