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quarta-feira, 11 de julho de 2012

PARA A FIFA, SOMOS TODOS CORRUPTOS


Por Jamil Chade
Estadão

Eu, você, minha avó e mesmo um recem formado cheio de sonhos ainda

Para a Fifa, não há diferença

Somos todos corruptos e equivalentes a “Teixeiras” e “Havelanges”
.

Hoje, o Tribunal da cidade suíça de Zug publicou seu processo contra os cartolas brasileiros.

R$ 45 milhões em subornos passaram por suas contas em oito anos.


Mas o que mais surpreende no documento não são os valores ou a constatação da obviedade da corrupção que envolvia Havelange em seu reinado.

Em um dos trechos, o tribunal relata como os advogados da Fifa tentavam convencer os juizes em uma audiência de que não viam problemas com a atitude de Teixeira e Havelange e alegavam que a proposta da Justiça de que os cartolas devolvessem US$ 2,5 milhões para os cofres da organização seria impossível de ser implementada.
Entre os vários motivos para não pedir o dinheiro de volta, os advogados da Fifa apresentaram um argumento surpreendente: o de que a “maioria da população” de países da América do Sul e África tem nos subornos e propinas parte de sua renda “normal”

Cito o trecho completo do argumento dos advogados da Fifa para não ficar dúvida: “Os representantes legais da Fifa são da opinião ainda de que implementar a devolução do dinheiro seria quase impossivel.

Eles justificam isso, inter alia, com o argumento de que uma queixa da Fifa na América do Sul ou África dificilmente seria aplicada, já que pagamentos de subornos pertencem ao salário recorrente da maioria da população”.


Ou seja, Teixeira não devolveria o dinheiro porque, em nossa suposta “cultura”, todos temos parte da renda completada por subornos.

Não vamos confundir as coisas.

A corrupção existe e é endêmica em nossa região e no Brasil, assim como na África.

Mas também existe na civilizada Suíça, na gigante Siemens da Alemanha ou nos EUA.

O que une a muitos hoje em nossa região não é o fato de que recebemos um pedaço de nosso salário em forma de subornos, como insinua a Fifa.

O que nos une é hoje a indignação diante dessa realidade e o fato de estarmos exaustos de ver dinheiro público enriquecendo certas pessoas.

Querer agora justificar a dificuldade em receber o dinheiro de volta alegando que somos todos assim não é apenas surpreendente como argumento legal, mas uma ousadia que o tribunal simplesmente não aceitou e chegou a ironizar.


A entidade sempre soube da corrupção e mesmo Joseph Blatter era o braço direito de Havelange. E a única atitude que tomou foi a de abafar os casos cada vez que surgiam.

Quando Jerome Valcke sugeriu que o Brasil recebesse um “chute no traseiro” pelos atrasos na Copa, ele tinha razão no conteúdo, mas não nas palavras usadas.

Um vice-presidente do COI chegou a me dizer que a Fifa havia sido “racista” ao fazer o comentário do “chute no traseiro”, adotando um ar de superioridade.


Na época, achei que ele exagerava e que não havia lugar para racismo escancarado assim.

Mas lendo agora o comentário dos advogados diante de um tribunal, começo a pensar que ele poderia ter razão.
11.julho.2012


1 comentários:

ASSIS PEREIRA disse...

PETROLÃO, HAVELANGE E O TRIBUNAL DE ZUG NA SUÉCIA
Relembro daquele negócio que a Petrobras América – PAI efetuou em 2006 na aquisição da Refinaria de Pasadena quando a Diretoria da Área internacional era exercida por Nestor Ceveró, sucedida pelo Dr. Zelada, o mesmo que após defenestrado por Graça Foster, encontra-se atualmente à frente da empresa de consultoria Z3.
Zelada deixou a estatal após 32 anos de carreira e em pouco menos de um ano, após deixar a Diretoria Internacional da Petrobras, ficamos sabendo de seus planos para a área de energia no Brasil. O mais NOVO empreendedor de nossa republica, planeja instalar uma fábrica de painéis solares no Rio de Janeiro, com investimentos de R$ 50 milhões que angariou durante sua passagem pela PETROBRAS.
Quando da aquisição da Refinaria de Pasadena, referendada pelo Conselho de Administração da Petrobras, sob a Presidência da Dra. Dilma Rousseff, atual Presidenta da República Federativa do Brasil, pelo que recordo, não ficou bem claro que a cifra US$ 360 milhões utilizados para obtenção de 50% daquele parque de Refino obsoleto, teria sido ou não um bom negócio para a Petrobras.
Considerado o que foi reportado pela mídia, dando conta que a Petrobras teria pagado à Astra 17 vezes o valor dispendido PELA aquisição da Refinaria de Pasadena, um amontoado de ferro VELHO e potencial sucata, demonstra claramente que não.
Mais aterrorizante, foi saber através da mídia que, já na gestão de Maria da Graças Foster, esposa de Colin Foster, a PETROBRAS pagou, sob o comando de Zelada (Diretor da área Internacional da Petrobras), pasmem, mais que dez vezes o valor pago em 2006 pelos 50% restantes da Refinaria, mediante acordo com a Trading Belga Astra, decorrente de Arbitramento Internacional, ficando com 100% do Mico.
Colin Foster, vem a ser o dirigente máximo da Maçonaria inglesa no Brasil, cujo irmão – Grão-Mestre Distrital da Divisão Norte da Grande Loja Unida da Inglaterra, “Grand Master” é o Príncipe Edward George Nicholas Paul Patrick – primo da Rainha Elisabeth e quem comanda a Grande Loja Unida da Inglaterra, junto com o príncipe, é Peter Lowndes, membro do Royal Institution of Chartered Surveyors (RICS).
O prestigiado maçom Colin, husband of “Graça Foster”, também é dono de uma empresa de componentes eletrônicos, a AC Foster Serviços e Equipamentos, fornecedor exclusivo das Plataformas e sondas da Petrobras, no pre e pos sal, caracterizando uma relação improba de conflito de interesse de Graça Foster, outrora como empregada da Petrobras na condição de Diretora de Gás e energia e atualmente na Presidência da Estatal.
Essa Estória me faz lembrar de um outro fato contundente de nossa República de bananas que vem qualificando nossos costumes relacionados a negócios de brasileiros mundo afora. A aquisição da Refinaria de Pasadena no EUA e a condição conflitante de interesses da Graça Foster com a Petrobras, esta em linha com um entendimento jurídico dos advogados da FIFA ocorridos no Tribunal da cidade suíça de Zug.
Naquele Tribunal, os advogados da FIFA, tornaram público que o processo contra os cartolas brasileiros, seria difíceis de serem implementados. Os representantes da FIFA tentavam convencer os juízes, em uma audiência, de que não viam problemas com a atitude de Teixeira e Havelange e alegavam que a proposta da Justiça para que os cartolas devolvessem US$ 2,5 milhões os cofres da organização seria impossível de ser implementada. Entre os vários motivos para não pedir o dinheiro de volta, os advogados da FIFA apresentaram um argumento surpreendente: o de que a “maioria da população” de países da América do Sul e África tem nos subornos e propinas parte de sua renda “normal”. Ou seja, Teixeira não devolveria o dinheiro porque, em nossa suposta “cultura”, todos temos parte da renda completada por subornos.
Mais, no caso do PETROLÃO, essa qualificação está sendo alterada mediante as atitudes do PRC, BARUSCO e ALBERTO RUSSEFF: todos estão aderindo à Delação Premiada, devolvendo a grana objeto de suborno e entregando os COMPANHEIROS.