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sábado, 14 de julho de 2012

Aqui no Rio nasceu o maior de todos, Machado, e nem por isso a Turma dos Guardanapos em Paris não é carioca...


Comemorar? O quê?




Leio uma nota do Ilimar Franco que me provocou, perdão, leitor, engulhos:

Cassado Demóstenes Torres, um grupo de senadores comemorou no restaurante Antiquarius de Brasília. No brinde com vinho: os peemedebistas Renan Calheiros, Eunício Oliveira, Romero Jucá e Eduardo Braga, e o petebista Gim Argello.

Desculpe, mas o que é que essas pessoas foram comemorar?

O fim da corrupção no Brasil, a erradicação dessa praga para sempre ou o azar do goiano?

Já tinha ficado estarrecida com a postura arrogante de Renan Calheiros durante os procedimentos da cassação de Demóstenes Torres. Quem desembarcasse de uma nave espacial pensaria que esse senhor, esse maranhense, é o protótipo do puro, é um ser especial que nunca errou. Nem sonharia que entre ele e Torres as diferenças são mínimas.

Leio também, no Estadão, no editorial de ontem O bloco dos descarados, sobre o prefeito de Palmas, TO, Raul de Jesus Lustosa Filho (PT), que confessa candidamente: "Tive a infelicidade de ser filmado" no momento em que o flamejante cachoeira o subornava e filmava... Que azar, não é mesmo?

O deputado do PSOL/RJ, Chico Alencar, diz que o prefeito Lustosa Filho é o “padrão degradado” da política nacional. Concordo com ele, mas gostaria que ele ampliasse a lista, que incluísse nela os animados clientes do Antiquarius de Brasília.

Eu não consigo comemorar quando vejo o nome de nosso país na sarjeta. A quem pode alegrar saber que um Senador da República vendia seus favores a um bicheiro dentro do Senado Federal?
Preferiria mil vezes que o ex-senador Torres fosse um sujeito decente e que nunca essas coisas acontecessem em meu Brasil. Ele mereceu ser cassado e em minha opinião, merece ser destituído de seu cargo de promotor. Mas esses fatos não são dignos de comemoração e sim de muito, de infinito pesar.

Poderíamos, quando muito, comemorar o fato de a cassação de Demóstenes ter sido por 56 votos a 19, com 5 abstenções e 1 ausência. Se isso não fosse um pretexto para a continuação do voto secreto nessas ocasiões. O que, espero, seja apenas pessimismo da minha parte.

Pelo menos – e já é um progresso – nos livramos do beija-mão siciliano como quando Renan, o Maranhense, escapou da cassação. Aquela cena não me sai da memória e foi um retrato vívido do “padrão degradado” de nossos políticos.

Padrão que é motivo para luto e não para brindes.
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Correção

Eu errei. Renan Calheiros é alagoano. Mas o que eu na verdade queria era enfatizar que Renan é Sarneysista. Então fica assim Renan, o Sarneysista.

Quanto ao leitor que defende seu estado citando grandes literatos que lá nasceram... o que eu posso fazer?

Aqui no Rio nasceu o maior de todos, Machado, e nem por isso a Turma dos Guardanapos em Paris não é carioca...
mhrrs



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