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domingo, 1 de agosto de 2010

Um dos dois deve estar errado...


A MAIS RECENTE PESQUISA IBOPE E OS ELEITORES REAIS QUE OS NÚMEROS ESCONDEM


Excitada, a petralhada resolveu cobrar: “Não vai escrever sobre a pesquisa Ibope? Só fala sobre o Datafolha?”

Ora, é claro que escrevo.
Por que não escreveria?

Interrompo o meu verão, já nos finalmentes, para fazer a vontade dos meus leitores — os que me lêem porque gostam e os que o fazem para saber onde pôr seu ódio.

Segundo a mais recente pesquisa Ibope, a petista Dilma Rousseff aparece com 5 pontos à frente do tucano José Serra: 34% a 39%.


No segundo turno, a diferença seria de 6 a favor dela: 46% a 40%. O Ibope ouviu 2.506 pessoas entre os dias 26 e 29 de julho.


Uma semana antes, entre 20 e 22, o Datafolha entrevistou 10.905 pessoas — uma amostra 3,3 vezes maior — e chegou a números bem distintos: empate técnico de 37% a 36%, com o tucano numericamente na frente no primeiro turno, e 46% (Dilma) a 45% (Serra) no segundo.



Em pesquisas, as tais margens de erro tendem a esconder oceanos de pessoas.

O que quero dizer com isso?

São 135,8 milhões os eleitores brasileiros.


Segundo o Datafolha, Serra teria, na hipótese mais provável, 1,358 milhão de votos a mais do que Dilma no primeiro turno; em uma semana, assegura o Ibope, é Dilma quem tem 6,79 milhões de eleitores a mais.


O que aconteceu nesses dias para tamanha mudança de humor dos eleitores?


A resposta: nada!

Os ditos “especialistas” não falam, então falo eu:
um dos dois deve estar errado.

Em quem confiar?



Não tenho motivos para desconfiar nem do Datafolha nem do Ibope. Então escolho o que o trabalha com a amostra maior — e bem maior: o Datafolha.


Desde que se sigam os critérios técnicos corretos, uma pesquisa será tão mais confiável quanto maior for a amostragem.


Os “especialistas” sabem disso.


Silenciam a respeito porque, afinal de contas, o Ibope está mais de acordo com as previsões que fazem há dois anos.


Discrepância nas regiões



Quando se cotejam os números dos dois institutos por região, sobra espaço para algumas estranhezas.

Na Sul, por exemplo, Serra lidera com 45% a 32% (Datafolha) e 46% a 31% (Ibope).


No Norte/Centro-Oeste, Dilma está na frente: 41% a 33% no Datafolha e 40% a 33% no Ibope.


Como vocês podem notar, os números coincidem dentro da margem de erro.



Na região Nordeste, a coisa muda de figura.

No Datafolha, a petista lidera com 41% a 29% — 12 pontos de vantagem.


No Ibope, a diferença salta para 24 pontos — 49% a 25%: o dobro.


No Sudeste, as coisas se complicam também: o tucano lidera, segundo o Datafolha, por sete pontos: 40% a 33%, mas empata com a petista, numericamente atrás, no Ibope: 35% a 37% para ela.


Estivessem certos os dois institutos, uma semana teria sido o suficiente para Serra perder cinco pontos e para Dilma ganhar 4.


Por quê?
Que ocorrência justificaria tamanha mudança?

Como explicar que Ibope e Datafolha cheguem ao mesmo lugar no sul e Centro-Oeste e a posições tão distintas no Nordeste e no Sudeste?


Estando todo mundo certo, seria forçoso constatar que os eleitores destas duas últimas regiões seriam mais inconstantes do que os demais.


Alguém aposta nisso?



Há institutos nos quais não confiaria a minha carteira, mesmo tão modesta, e há aqueles de que não tenho motivos para desconfiar.

Até onde sei, o Ibope exibe o que apura.


Mesmo na hipótese de estar todo mundo certo e de ter havido essa grande movimentação do eleitorado do Sudeste e do Nordeste em uma semana, convém constatar que a série histórica do Ibope não autoriza a euforia dos petistas.


Na apuração do instituto, o eleitorado é bastante inconstante.


Vejam: no dia 3 de junho, os dois candidatos estavam empatados em 37%; no dia 21, a diferença era de 6 pontos a favor de Dilma (32% a 38%); nove dias depois, eles estavam novamente empatados (36%); passado um mês, a diferença voltou a ser de cinco pontos para a petista.


Pesquisas não decidem eleições, mas influenciam, sim, o processo eleitoral — direi como no post abaixo deste.


E servem para criar correntes de opinião, de pressão e, como não poderia deixar de ser, para embates ideológicos.



31/07/2010
Comentário

Nas eleições presidenciais de 2010 na Colômbia despontou o fenômeno Mockus ((Antanas Mockus, candidato pelo ‘Partido Verde’ a presidente da Colômbia) que em poucos meses e a partir das chamadas redes sociais (Facebook e Twitter), seguida pelas pesquisas eleitorais atingiu o percentual de 51,53% contra o 48,47 do candidato uribista, Juan Manuel Santos do Partido Social de Unidad Nacional (Partido de la U).


Porém, no escrutínio das urnas o resultado foi de 25 pontos acima em favor de JUAN MANUEL SANTOS (46,5% - 6,75 milhões x 21,49 – 3,12 milhões).

A questão é que o objetivo das pesquisas eleitorais – é o marketing político e não avaliar as reais intenções de voto aos candidatos, que pelo  que foi revelado, foi escandaloso na Colômbia.
Mesmo assim, uma pesquisa que normalmente admite uma margem de quatro por cento de erro técnico para cima/baixo, mesmo não tendo um  mínimo de verossimilitude, mas que favorece um determinado candidato, este divulga o resultado, para gerar uma percepção do ‘já ganhou’ e aí entram os ‘formadores da opinião pública’.

Essa percepção pela grande massa de eleitores – insere-se no desejo de “VOTE E GANHE”, que manipulado astuciosamente influi na intenção de voto e nas ‘urnas’, uma vez que tanto em política como em futebol todos querem ganhar e obviamente em política os eleitores tendem a apostar no que aparenta que vai ganhar.

Assim, o consumidor eleitoral/observador deve olhá-las detalhadamente e com espírito crítico, munido com uma lupa, não só as eleitorais, por seu apego a fraude e a tentação demagógica, mas também com relações as demais pesquisas que aferem intenções/desejos da população.

Na Colômbia embora a votação recebida pelo candidato  uribista tenha sido arrasadora, o nível de abstenção atingiu o percentual de 50,7% no primeiro turno;  e no segundo turno de 55,6%, com uma diferença a maior de 4,9% em relação ao primeiro turno – como resultado efetivo do ‘boicote ativo/passivo/intimidatório dos eleitores, cujo País ainda enfrenta os (a) narco-terroristas das FARC, que descaradamente divulga comunicados dizendo que ‘protege a população’.
Confira os dados aqui.
Abs Rivadávia

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