MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília
O Senado aprovou nesta terça-feira um "voto de cesura" contra o autoritarismo do governo do presidente venezuelano Hugo Chávez.
O pedido foi apresentado pelo senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e já tinha recebido o aval da Comissão de Relações Exteriores.
Com a aprovação, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), encaminhará o texto ao parlamento venezuelano.
No requerimento, Ribeiro afirma que Chávez impede um dos principais direitos da democracia que é a liberdade de imprensa.
"Através do líder do partido pró-Chávez (UPV), orquestra invasões à última emissora de televisão que não foi cooptada ou fechada, deixando clara a sua intenção de privar o cidadão venezuelano de obter informações imparciais, não só isso, privando o povo de um dos princípios básicos da democracia, ou seja, a liberdade de imprensa", afirma.
Para o tucano, Chávez reforça a postura de ditador ao querer "comprar notícia" ao patrocinar um projeto que prevê a prisão de jornalistas e outros profissionais da imprensa que cometerem os chamados crimes midiáticos.
"Confirmando a postura de ditador, foi encaminhada à Assembleia Nacional, pela Procuradora Geral da Venezuela, Srª. Luisa Ortega Diazo, Projeto de Lei que prevê a prisão de jornalistas e outros profissionais da imprensa que cometerem os chamados crimes midiáticos, querendo claramente manipular a opinião pública ao comparar qualquer notícia jornalística de cunho oposicionista a crime.
O voto de censura também afirma que o governo brasileiro respeita a soberania entre os países mas não pode se calar diante do avanço do estado ditatorial na Venezuela. Um dos argumentos é que a rede de televisão RCTV, que fazia oposição ao governo de Chávez, foi cassada em 2007.
"Temos que respeitar a soberania nacional dos Países, más não podemos nos calar diante de tão perigosa escalada do estado ditatorial que se instala num país irmão", disse.
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