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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Marina admite disputa com Dilma e critica PT

Marina quer refundar PV e admite embate com Dilma

Em ato de filiação ao partido, senadora rechaça ideia de trégua eleitoral com o PT


Com discurso de candidata, senadora chora ao lembrar sua saída do PT e reconhece divergências com ministra em questões ambientais


Lalo de Almeida/Folha Imagem
Marina, ex-ministra do Meio Ambiente, no ato de filiação ao PV

Ao assinar ontem sua ficha de filiação ao PV, a senadora Marina Silva (AC) condicionou sua candidatura à Presidência ao que seus aliados chamam de refundação ética do partido e admitiu a possibilidade de confronto com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) numa eventual disputa eleitoral.

Embora tenha chorado ao lembrar sua saída do PT, Marina reconheceu divergências com Dilma em matéria ambiental e rechaçou a ideia de trégua eleitoral.

"Não disse que não haveria um embate", reagiu ela, ao responder especificamente sobre o PT. "As diferenças serão explicitadas no processo. Obviamente já tem uma mais do que explícita, que é a questão da visão de mundo em relação à crise ambiental", reagiu.

Marina confirmou ter protagonizado queda-de-braço com Dilma no governo. Mas frisou que a decisão cabia ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva:

"Não vou me colocar aqui no lugar de vítima da ministra Dilma Rousseff".
Segundo ela, durante a campanha são reafirmados os pontos de vista.

Daí, o confronto.

Recebida por convencionais do PV com um coro de "Brasil urgente, Marina presidente", a senadora listou ressalvas ao governo Lula, como a concessão de incentivos à indústria automobilística e a frigoríficos na Amazônia sem a exigência de contrapartida.

"Já são diferenças que serão tratadas em uma visão de país."

Ao discursar, a senadora lançou críticas sutis a Lula. Ainda que jogue a decisão de concorrer para o ano que vem, ela pregou a renovação política.

E justificou: "É algo que nos chama a fazer esse revezamento, de que ninguém deve querer ser líder de tudo e querer ser líder do resto. Isso não dá certo.

E no Brasil isso está destruindo a política... um pouco", disse ela, que ocupou por cinco anos o Ministério do Meio Ambiente.

Mais tarde, ao ser questionada se era referência a Lula, disse que se aplicava também a ela.

A ex-petista defendeu ainda um aperfeiçoamento do Bolsa Família. "Não há mais espaço para a velha política de se fazer as coisas pelas pessoas.
É preciso que se faça com as pessoas."

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