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domingo, 30 de agosto de 2009

PALOCCI DE VOLTA AO JOGO

A definição sobre quem será o candidato a presidente tem data marcada: março do ano que vem.

O ex-ministro escapa de ação no STF pela quebra de sigilo
do caseiro e vira alternativa do PT para disputar o governo
paulista ou até mesmo substituir Dilma na corrida presidencial

Otávio Cabral

VIOLAÇÃO DE CONDUTA

Será que o fantasma do caseiro Francenildo

vai deixar de assombrá-lo?

Há duas semanas, o presidente Lula convidou o deputado federal Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda, para uma conversa a dois no Palácio da Alvorada.

No encontro, Lula falou sobre a tendência do Supremo Tribunal Federal (STF) de arquivar a denúncia contra Palocci por envolvimento na quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa – o que de fato acabou acontecendo na semana passada.

Falou também que, sem o fantasma do caseiro a assombrá-lo, era hora de o ex-ministro pensar no futuro – e o seu futuro, como tudo no universo petista, passa primeiro pelos planos do próprio presidente Lula.

Palocci foi escalado pelo presidente para ocupar o papel de candidato-reserva do Planalto em 2010.

Isso não quer dizer que Dilma Rousseff, a candidata oficial, será preterida.

Mas o presidente quer estar preparado para uma eventualidade.

A estratégia articulada é lançar oficialmente Palocci como candidato ao governo de São Paulo.

Isso daria ao ex-ministro visibilidade e ainda aglutinaria uma parte do PT.

O fato de ter escapado ileso do processo no STF, porém, não transforma Palocci num dínamo eleitoral.

Ministro da Fazenda por três anos, com uma gestão marcada pela responsabilidade fiscal e por bons resultados na economia, ele ganhou o respeito do empresariado e dos banqueiros, sem dúvida um aspecto essencial numa eleição.

Com uma fala fácil e macia, ex-coordenador do programa de governo de Lula em 2002 e dono de dois mandatos de deputado federal, o ex-ministro também conhece as refregas eleitorais como poucos.

Seu nome une o PT paulista, contrariado com a ameaça de Lula de impor a candidatura de Ciro Gomes ao governo do estado, a ponto de a ex-prefeita Marta Suplicy, candidata natural ao cargo, topar abrir mão da disputa caso Palocci entre no jogo.

Mas resta ao ex-ministro, paradoxalmente, livrar-se definitivamente do episódio do caseiro.

Leia mais na Revista Veja

1 comentários:

Unknown disse...

Tadinho do Francenildo

O governo Lula é uma fábrica de mártires republicanos.
O famigerado Roberto Jefferson, réu confesso, pego com a mão na cumbuca, teve sua biografia reformulada depois de derrubar José Dirceu. Lina Vieira, burocrata de competência discutível, comprometida politicamente, salivou um palpite insignificante sobre evento que não conseguiu provar e se transformou na Garganta Profunda do Dilmagate. Francenildo, o caseiro honesto do lupanar, sublimou as suspeitas de receber propina e cometer falsidade ideológica, entrando no panteão da moralidade.
O que une esses heróis é a cumplicidade inicial com algum tipo de ilicitude, depois renegada e expurgada publicamente. Os escândalos resultam de uma soma de conveniências: forneça-me uma vítima e eu livrarei a sua cara. Esse tráfico de interesses fica mais evidente quando verificamos que episódios muito semelhantes já tiveram desfechos quase opostos, dependendo dos personagens envolvidos.
Vazamentos para a imprensa das capivaras petistas possuem “interesse público”, são demonstrações de jornalismo investigativo. Mas divulgar tucanagens comprometedoras viola sigilo bancário, é antiético, autoritário, stalinista. Os irmãos Vedoin tentaram desmascarar o esquema dos Sanguessugas com os mesmos instrumentos usados por Jefferson, só que mexeram no ninho de José Serra, e ali ninguém bole. A lista das jujubas do casal FHC virou peça de “clara motivação política”, porque, oras bolas, onde já se viu um troço desses? – e o “dossiê” falsificado de Dilma Rousseff na Folha foi, tipo assim, um erro técnico.
Como se sabe, entretanto, este mundinho azul dá uma volta por dia. Gargalho às escâncaras diante das mudanças de humor jornalístico provocadas pela imprevisível condição humana. Até mesmo o egrégio STF, que parecia tão justo e implacável no julgamento do Mensalão, já não parece tão justo ou implacável depois de inocentar Antônio Palocci. Repetindo a previsão sobre Marina Silva, será impagável assistir seu martírio em brasa assim que começar a atrapalhar os planos de José Serra.