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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O VAMPIRO E O MENAS

O vídeo acima, com erros de gravação, é cômico.
Vale a pena assistir (advertência: o vídeo contém palavrões).

O VAMPIRO E O MENAS

Por Reinaldo Azevedo

Vocês viram Sarney vociferar ontem contra a “mídia”, aquela mesma que foi censurada e que, infelizmente, ainda está sob censura?

Muito bem.
 

Ele é quem é.
 

Saudades de Paulo Francis.

Será que se acham suas colunas na Intenet?

Ele vivia perguntando, e já faz tempo!, quando alguém enfiaria uma estaca no coração de Sarney. Era uma metáfora, claro!


Via tudo, como diria Padre Vieira, “com mais aguda vista do que os outros homens”. Também nos alertava para a revolução que o “Menas” fatalmente faria no Brasil. Sim, Lula era chamado de “O Menas”.

A turma do complexo PUCUSP ficava arrepiada. O jornalismo engajado achava aquilo um horror, “muito preconceituso”.

Uiuiui… Pois é.

Aonde nos levou à civilização do Menas?

Ora, ao ponto em que o Menas ensina a seu ministro da Justiça que o certo é “interveio”, não “interviu”.

Resultado: Lula dominou parte do código culto para impor o seu primitivismo, e aqueles que ocupam as funções antes reservadas ao código culto são, por causa e conseqüência, primitivos. 


Entenderam? O círculo infernal se fechou.

Ora, este Sarney-sem-estaca que vocifera contra a mídia nada mais faz do que aderir ao padrão petista. O partido do Menas aprendeu muita coisa com o Vampiro de instituições, mas, nesse caso, é o Vampiro quem copia o Menas.
 

E a nova tradição do desmando que dita as palavras à velha.

A resistência à “mídia” foi uma palavra de ordem, acreditem, levantada pelos intelectuais do PT. Aliás, não há porcaria recente no terreno da política e da ética que não tenha as digitais da turma. Foi Marilena Chaui (alguém ainda se lembra de sua vassoura turbinada? ).

Foi Wanderley Guilherme dos Santos. Eles criaram a tese de que a “mídia” queria derrubar Lula inventando a história do mensalão — aquele mesmo que o então jornalista Franklin Martins dizia não ter existido e que a então jornalista Tereza Cruvinel considerava prática corriqueira de todos os partidos.

Bem, os agora ex-jornalistas estão no lugar certo, não é?

O braço-de-ferro contra a mídia, que conta até com os blogueiros de aluguel & serviços mobilizando o “lumpenblogosfera”, é hoje comandada por FranKlin. Como já escrevi, até as estatais são convidadas a chutar a canela da “mídia”.

Quando discursa, Lula sempre se refere a ela como “inimiga”, buscando falar diretamente ao povo — e, curiosamente, é a tal mídia que se encarrega de tornar públicos os seus feitos.


Juntaram-se os dois atrasos. 

O Vampiro apóia o Menas, e o Menos lhe deu a chave do banco de sangue.

Alguém tem uma estaca ou um livro aí?



(…) Paulo Francis fez dura oposição ao governo José Sarney, assim como à imprensa brasileira, que para ele tratava Sarney com excessivo e imerecido respeito. 


Francis por vezes comparava o comodismo e o “bom-mocismo” da imprensa brasileira com o que tinha como agressividade e a independência da imprensa americana. 

Encontrava-se, nesta época, dominado por um desencanto com o um crescente plebeísmo dos costumes políticos brasileiros, desencanto que tomaria a forma de rejeição elitista dos movimentos políticos de massa da época, e especialmente com o Partido dos Trabalhadores, que ele considerava “uma cópia grotesca do PCB”, e que suscitaria, às vésperas das eleições municipais de 1988, um seu ataque violento à candidatura de Luiza Erundina à prefeitura de São Paulo.” 

Autor: André Raboni


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