Ele foi enfático ao comentar declaração do presidente Lula de que oito, nove ou 10 anos é pouco tempo para se modificar um país.
“É pouco, mas não precisa só um mudar. A mudança da história de um país não é feita só por um homem, nem só por um partido. Isso é autoritarismo, é personalismo. Quem fica três (mandatos), fica 10”, alertou FHC.
O ex-presidente lembrou que foi favorável à instituição da reeleição — “Ele (Lula) próprio concordou, tanto que foi candidato” —, mas afirmou que o terceiro mandato seria um salto no escuro. “Não existe um terceiro mandato. É mandato indefinido”, asseverou.
Fernando Henrique, no entanto, disse que acredita na palavra de Lula quando ele rechaça insistentemente e enfaticamente a idéia de disputar um terceiro mandato.
Ainda assim, um aliado do presidente, o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), tem se articulado para aprovar uma proposta de emenda à Constituição que poderia beneficiar Lula.
“Não vejo isso com um fantasma. O presidente Lula ficaria tão desmoralizado se, depois de tudo o que ele disse, ele não fizesse, que eu acredito nele, confio nele, não vai fazer”, explicou.
FHC diz que é normal a pressão dos partidos aliados pelo terceiro mandato, mas que Lula, com a responsabilidade que tem de liderar o país, não pode ceder à vaidade pessoal.
O tucano usou uma comparação curiosa para comentar pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), encomendada ao Instituto Sensus, que mostrou que a maioria dos brasileiros (50,4%) é favorável a conceder um terceiro mandato ao presidente Lula.
“Boa parte da população quer pena de morte já. Será que vale a pena? Não são temas que possam ser julgados dessa maneira. E também boa parte da população não foi esclarecida, não houve debate sobre a questão”, definiu.
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