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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Quem morre pela boca é peixe, não pavão


Alguém realmente acredita que o ministro Jobim disse o que disse sem pensar, inadvertidamente?


Por Lucia Hippolito
Só quem não o conhece.

Jobim e Dilma Rousseff nunca se bicaram. Nunca se entenderam. Não se suportam.

Mas Lula, sempre ele, pediu a Dilma que mantivesse Jobim no Ministério da Defesa, alegando que ele se dá bem com os militares, que o plano nacional de defesa estava bem encaminhado, que isso, que aquilo. Resultado: Jobim ficou no ministério.

Mas o ministro não queria ficar.

Comprou apartamento em São Paulo, queria sair do governo para, quem sabe, candidatar-se a um cargo no ano que vem, ou mesmo trabalhar com o amigo José Serra numa eventual prefeitura do amigo e padrinho — isso se Serra decidir ser candidato a prefeito em 2012.

Talvez candidato a vice de Serra em 2014.

O fato é que Jobim decidiu sair do governo. Mas não queria pedir demissão.

Se pedisse, Dilma se sentiria livre para nomear quem quisesse. E Aldo Rebelo (PCdoB) já se assanhava para assumir a pasta.

Mas o PMDB considera que a pasta da Defesa é do partido. Para isso, Jobim precisava ser demitido por Dilma.

Daí a sequência infindável de grosserias, manifestações de falta de educação, descortesia, arrogância, pavonice.

Tudo de caso pensado. Tudo de lingua trançada com a cúpula do PMDB.

Por trás das cortinas, movimentava-se Wellington Moreira Franco, atual secretário de Assuntos Estratégicos, cargo decorativo, que significa praticamente coisa nenhuma.

Moreira está há semanas articulando para credenciar-se junto às Forças Armadas como sucessor de Jobim.

Moreira é ligadíssimo ao vice-presidente Michel Temer. Bingo!

Ali não tem nenhum bobo.

Jobim é um pavão, não é um parvo. Jamais faria um papelão desses se não houvesse um projeto que o justificasse.

Peixes morrem pela boca. Pavões abrem o leque e cumprem missões.

Mas… Como ensinava o dr. Tancredo Neves, esperteza quando é muita, cresce e come o dono.

De nada adiantou a armação de Jobim, Moreira e Temer.

O escolhido de Dilma foi o ex-chanceler Celso Amorim.

Que Deus se apiede das
Forças Armadas!



04/08/11





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