O uso do cheque especial é a pior opção para quem busca crédito, e torna mais escassos os recursos da classe média. Esta é a opinião de Rafael Paschoarelli, professor de finanças e doutor em administração pela Universidade de São Paulo (USP).
Economistas e entidades de defesa do consumidor reagiram do mesmo modo nas análises sobre o aumento das taxas de juros cobradas no cheque especial, crédito pré-aprovado oferecido pelos bancos aos seus clientes.
Os números divulgados ontem pelo Banco Central (BC) mostram que os bancos elevaram a taxa de 149,8% ao ano, em março, para 152,7% ao ano, em abril.
– O cheque especial é uma linha de crédito de baixa qualidade por causa de seu custo elevado – diz Paschoarelli, que vê o aumento dos juros como um fator negativo na economia.
– Infelizmente a maior parte das pessoas usa o cheque especial por descontrole financeiro.Segundo o especialista, o crédito de fácil acesso é usado pelos correntistas para viabilizar aquisições de necessidade questionável.
– Os recursos acabam indo para compras não-planejadas, como eletrodomésticos, eletroeletrônicos, viagens e outros itens que não são cruciais, itens que a classe média adora.
A economista Héssia Costilla, da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste), concorda que o cheque especial deve ser a última opção na lista das linhas de crédito.
– O crédito consignado e o crédito pessoal tradicional oferecido pelos bancos são opções melhores que o cheque especial – diz a consultora.
– O endividado só não deve buscar o crédito das financeiras, cujos juros são tão altos quanto os do cheque especial.
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