Claus Meyer/TIBA |
A CPI que investiga o uso dos cartões corporativos do governo começou a ouvir depoimentos na semana passada num falso clima de cordialidade.
Comandada pelo PT e pelo PSDB, a comissão não analisou os pedidos de quebra de sigilo nem os requerimentos de convocação de ministros, mas chamou atenção pelo tom desafiador de algumas declarações de representantes do governo.
O ministro Jorge Hage, chefe da Controladoria-Geral da União, depois de minimizar a importância das denúncias investigadas, disse aos parlamentares que "é possível que surjam coisas mais graves do que as que já foram descobertas até agora".
O quê?
Ele não revelou.
Mais explícito, o ministro Paulo Bernardo, do Planejamento, sugeriu que a comissão se dedicasse ao exame das chamadas contas tipo B, um fundo de despesas que antecedeu a criação dos cartões.
Por quê?
Ele também não revelou.
Os dois ministros do governo Lula, na verdade, foram usados como porta-vozes de uma tentativa de intimidação.
O Palácio do Planalto mandou fazer um dossiê sobre os gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em seus últimos cinco anos de governo – e ameaça divulgá-lo para tentar constranger os oposicionistas que insistem em investigar o presidente Lula.
VEJA teve acesso a parte do dossiê.Lula e Fernando Henrique: os gastos do atual presidente são mantidos em sigilo, mas os de FHC foram parar no Congresso
por Alexandre Oltramari
Aqui - Revista Veja
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