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domingo, 16 de março de 2008

RICOS, BURGUESES E SOCIALISTAS...

No Brasil quanto mais se é burguês, rico e famoso, mais chique é ser esquerda.

Mansão do Lulinha
Geralmente, intelectuais renomados, acadêmicos, artistas famosos, profissionais liberais bem-sucedidos, empresários vinculados ao Estado é que fazem questão de dizer que são de esquerda. Os “proletários” estão suficientemente ocupados em ganhar a vida e não têm crise existencial nem ideologia.

A questão, porém, é que as posturas esquerdistas dos abastados burgueses não passam de pose ou má consciência e seus discursos não se convertem em realidade. No máximo fazem alguma caridade que, ao final, mantém os pobres sempre pobres porquanto dependentes de insuficientes benefícios alheios.

O PT no poder é o exemplo mais eloqüente da esquerda de fachada, pois vem apresentando retórica social que não passa de marketing, transformando antigas e duras críticas em suas próprias posturas, utilizando em larga escala o vale-tudo da política em composições com arquiinimigos de outrora.


Rica e famosa a nova classe dominante petista não perde, porém, o habito de se colocar como esquerda defensora dos fracos e oprimidos que, todavia, sua cúpula de poder oprime com impostos e taxas sem nada dar em troca.

Para que não digam que minha análise é parcial, admito que certos traços desse governo petista são genuinamente de esquerda. Entre eles, o ranço autoritário, o processo crescente de estatização, os projetos que privilegiam a censura à liberdade de expressão, o aparelhamento estatal, a submissão do Legislativo e do Judiciário ao Executivo.

Se Karl Marx revivesse, quem sabe entraria em depressão?

Nossos socialistas burgueses passam longe de qualquer ímpeto revolucionário. Eles teriam tudo a perder e nada a ganhar se a impossível utopia da tomada do poder pelo proletariado, que alguns um dia tanto defenderam, pudesse se realizar.
Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga

Burgueses do capital alheio...

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