O segurança do Senado responsável por vigiar durante a noite a sala-cofre da CPI do Cachoeira recebeu favor do maior espião do contraventor
O ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, acusado de ser espião de Carlinhos Cachoeira
(Foto: Antonio Cruz/Abr)
A informação consta de escutas telefônicas da Operação Monte Carlo, às quais ÉPOCA teve acesso com exclusividade.
Os diálogos gravados, monitorados com autorização da Justiça, revelam a proximidade entre o segurança Yanko de Carvalho Paula Lima, de 43 anos, chefe do policiamento noturno do Congresso Nacional, e o sargento reformado da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá.
Em abril de 2011, quando foi feita a escuta da PF, Yanko tentava obter tratamento preferencial na fila da emissão de passaportes e obter os documentos rapidamente para seus dois filhos. Recorreu a Dadá, o araponga mais graduado do grupo de Cachoeira.
Diante do pedido do segurança, Dadá telefonou para um funcionário da PF e conseguiu a liberação dos passaportes. Yanko estava com pressa porque tinha viagem marcada para Las Vegas, nos Estados Unidos.
Para garantir a segurança dos gabinetes, do plenário e de senadores, o Congresso Nacional conta com a Polícia Legislativa, um pequeno exército de homens de terno e gravata comumente acionados quando ocorrem manifestaçoes na Casa.
Agora o órgão, do qual Yanko é um dos chefes, também tem a função de vigiar as provas da CPI.
Assim que começou a receber documentos sigilosos da Justiça e da Polícia Federal, a CPI criou a “sala-cofre” no subsolo do Senado.
Só parlamentares e funcionários credenciados podem entrar no local, mas precisam deixar aparelhos eletrônicos, incluindo celulares, na entrada.
A sala abriga gravações de escutas telefônicas, relatórios de inteligência e dados sobre sigilos bancário e fiscal dos acusados.
Além de evitar que os documentos vazem, o cofre protege provas obtidas contra os envolvidos no esquema do contraventor, suspeito de lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos e fraude em licitações.
Seria útil para os investigados, incluindo Dadá, conhecer o teor do material guardado na sala.
Procurado por ÉPOCA, Yanko confirmou ter feito o pedido a Dadá, de quem é amigo, mas negou que a sua relação com o espião possa colocar em risco a segurança dos documentos sigilogos da CPI.
“As chaves ficam com o presidente da CPI. Minha relação com Dadá é só de amizade”, afirmou o servidor.
O presidente da CPI, Vital do Rêgo (PMDB-PB), tomou conhecimento da proximidade de Yanko com o araponga Dadá pela reportagem de ÉPOCA. O senador disse que mandaria “imediatamente” a Polícia Legislativa investigar o caso.
“Vou pedir para tomar providências, porque a gente manda afastar o rapaz."18 de abril de 2011
sexta-feira, 29 de junho de 2012
Segurança da CPI recebeu favor de espião de Cachoeira
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