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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Difícil acreditar no que vejo


Difícil acreditar no que vejo

Para começo de conversa, acho ótimo, excelente até, que critiquem a imprensa. Mesmo que não concordemos com as críticas, isso nos ajuda a ficar mais atentos e transparentes. É uma das vantagens do jornalismo de internet, como neste espaço, em que uma coluna acaba virando um fórum de discussão.

O que não se pode admitir é a limitação da liberdade de imprensa.


Daí o meu espanto em saber que o sindicato dos jornalistas virou sede de um ataque contra a imprensa, patrocinado por entidades como UNE e MST. O sindicato deveria ser o primeiro a defender a função dos jornalistas em investigar o poder, defendendo seus afiliados.

O embuste por trás disso é gritante. Lula tenta vender a ideia de que existe um plano de desestabilização das forças conservadoras contra a candidatura de Dilma, conduzido pela mídia.

Acontece que isso que eles chamam de forças conservadoras - os empresários - estão perfilados, em grande número, ao lado do PT.

Basta ver as doações de campanha.

Ou então as figuras que freqüentam festas em torno dos candidatos.

Vejam os bilionários que estavam numa festa em homenagem à candidatura de Marta Suplicy em São Paulo e se deixaram alegremente fotografar.

Eike Batista se dispõe a dar 500 mil para comprar um terno usado de Lula.

Será que é tão difícil assim entender que o papel da imprensa é fiscalizar.

Consigo entender que entidades ligadas ao poder não queiram entender o papel da imprensa: MST e UNE, aliás, são focos de investigações jornalísticas por suas ligações nem sempre claras com o poder.
Mas um sindicato de jornalistas deveria saber exatamente qual a função do jornalismo.

Gilberto Dimenstein, 53 anos, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador
da ONG Cidade Escola Aprendiz.
Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha.
Escreve para a Folha.com às segundas-feiras.

23/09/2010




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