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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Ato insensato


Ato insensato


Por Dora Kramer
O Estado de S.Paulo

O PT quer constranger os veículos de comunicação.
É nítida a intenção de fazer com que a imprensa pegue mais "leve" em relação aos fatos novos de cada dia sobre corrupção, nepotismo, empreguismo e o uso partidário do espaço público no governo Luiz Inácio da Silva.


O presidente fala alto e fala grosso na tentativa de levar jornais, revistas e emissoras a acharem "melhor" deixar esses assuntos para depois da eleição a fim de não serem acusados de favorecer candidaturas de oposição.

Como se fosse aceitável suspender os fatos para não atrapalhar os atos de interesse oficial.

A ofensiva é tão agressiva que leva a pensar se não se trata de medida preventiva contra algo que seja do conhecimento do presidente e os demais brasileiros ainda ignoram.

De outro modo não se pode explicar com argumentos minimamente razoáveis a fúria e o desassombro que tomam conta de Lula e companhia.

Zangado poderia estar José Serra, cuja candidatura é dada como morta e enterrada todos os dias nos meios de comunicação, nunca o presidente Lula, cujo plano de eleger Dilma Rousseff se materializa com pleno êxito.

A imprensa, no caso de Serra, lida com informações transmitidas pelas pesquisas e estas mostram uma dianteira mais do que significativa de Dilma.

É o que registram os jornais, as rádios e as televisões: se as eleições fossem hoje, ela estaria eleita em primeiro turno.

Da mesma forma acompanham o desenrolar dos demais acontecimentos: quebras de sigilo fiscal, confecção de dossiês, violação da legalidade por parte do governo em geral e do presidente em particular e mais recentemente a descoberta da central de negócios montada na Casa Civil sob a gerência de Erenice Guerra, a segunda na hierarquia durante a gestão de Dilma e sua substituta depois da saída para a campanha eleitoral.
Disso temos as seguintes consequências: dois inquéritos na Polícia Federal, sindicância na Receita Federal, dois indiciamentos na PF por causa das quebras de sigilo, demissão do primeiro (Luiz Lanzetta) encarregado da comunicação no comitê de Dilma Rousseff, sete multas da Justiça Federal ao presidente da República e cinco demissões de funcionários em função do escândalo Erenice.

Pois diante de tantas informações concretas, Lula afirma e dá fé pública que a imprensa "mente" e "inventa".

Ora, se mesmo vitorioso o presidente acha que é preciso valer-se de sua popularidade para ele sim maquiar a realidade é porque vê razões para isso.
Ou teme o que ainda poderia vir por aí e por isso tenta desqualificar a imprensa ou não tem tanta certeza de que o resultado das urnas seja esse mesmo que indicam as pesquisas e por isso se arrisca a um fim de mandato melancólico jogando seu prestígio num lance de pura, e injustificável, histeria.

Até agora o presidente não condenou.

Lícito, portanto, presumir que avalize a decisão do PT de organizar um ato público contra a imprensa.

Na verdade, convocado sob inspiração presidencial.


O ato seria apenas uma manifestação normal de um grupo que defende determinada posição, não fosse pelo envolvimento do governo na questão. Sendo, é caso de abuso de poder, improbidade e ataque à Constituição.
De acordo com que argumentam os organizadores da manifestação, é preciso reagir "à tentativa da velha mídia de forçar um segundo turno".
Alto lá, a eleição ainda não aconteceu.

Como, forçar?

Segundo a lei o processo eleitoral em colégios de mais de 200 mil habitantes é composto de dois turnos e o primeiro ainda não aconteceu. Se for necessário ocorrer o segundo, onde está a ilegalidade, o golpismo?

Se alguém está querendo forçar alguém é o governo que usa a sua força - monumental, no presidencialismo imperial brasileiro - para sufocar o contraditório.

Volver.

Se Lula olhar bem a lista de signatários do manifesto em defesa da democracia - Hélio Bicudo, d. Paulo Evaristo Arns, Ferreira Gullar, Paulo Brossard -, notará que há 30 anos era gente que sustentava o início de sua trajetória.

1 comentários:

Anônimo disse...

Ola meus amigos, minhas amigas.
Eu sou Monica Serra, mulher de José Serra, e venho aqui convidar vocês para que juntas possamos lançar o Mulheres Vamos Lá, um movimento nacional de mobilização destinado a defender a democracia, a segurança jurídica e o estado de direito em benefício de todos os brasileiros.

Eu conheço Serra há 40 anos e sei que ele tem compromisso inegociável com a democracia e os direitos fundamentais de todos vocês. Direitos que a Constituição garante e manda cumprir. Não podemos esquecer que os direitos não existem quando são apenas declarados. Eles só existem quando são efetivamente protegidos por um Poder Judiciário forte e atuante.

Quero pedir a todos vocês que nas conversas com os amigos, de todas as formas possíveis, por meio dos sites, do Orkut, do Twitter, dos blogs ajudem a passar ao país a mensagem de Serra em defesa da democracia. José Serra tem sensibilidade social e toda a experiência para fazer o Brasil avançar muito mais.

Ele fica feliz quando vê as pessoas felizes. Ele é sincero, pensa na saúde, na educação e vai ajudar a todas as mães que sofrem com a violência e a criminalidade. Ele vai fazer clínicas para recuperar os jovens que estão perdidos no caminho errado das drogas.

Temos de pensar com franqueza e de coração aberto sobre este momento. Temos de agir imediatamente aqui e agora para fazer de José Serra o presidente do Brasil. O que está em jogo é o futuro dos nossos filhos, das nossas filhas. Temos que dar a eles exemplos de honestidade, de correção, de sinceridade e não podemos esquecer que o Brasil só vai avançar se cada brasileiro tiver a liberdade de pensar, de participar, mas principalmente de discordar.

É isso meus amigos, minhas amigas. Serra vai garantir um futuro de amor, de paz e de Justiça para o Brasil.
Vamos juntas até a vitória.
Vamos Lá!

http://vimeo.com/15071478