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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Serra no JN - Rodrigo Constantino


Serra no JN
Por Rodrigo Constantino

Antes de começar este comentário, preciso confessar que nunca fui muito com a cara – e com as idéias – de José Serra.

Sua trajetória na militância esquerdista, seja na UNE, seja como economista da Cepal, sempre me incomodou, e ainda o faz.

Dito isso, preciso admitir que o candidato tucano se saiu muito bem na entrevista do Jornal Nacional.

Passou calma ao mesmo tempo que confiança, e conseguiu se colocar como alguém pós-Lula, ou seja, preocupado com o futuro, e não com o passado.

Foi convincente na imagem de quem está acima da rixa FHC-Lula, interessado em aproveitar os acertos de ambos e rejeitar os erros de ambos.

Outro gol de Serra foi focar na questão da experiência, do currículo, lembrando que sua concorrente jamais foi eleita para nada, e que não se governa um país como um fantoche de terceiros. Serra insistiu que Lula não é candidato a cargo algum, e que, concluído seu governo, ele sai de cena.

Isso visa a confrontar a mensagem do próprio Lula que, desesperado com a incapacidade de sua pupila andar com as próprias pernas, declarou que Dilma será apenas outro nome para “Lula” nas urnas.

Falso.

Quem está concorrendo ao cargo mais poderoso do pais é Dilma Rousseff, não Lula.

Serra justificou a aliança com o PTB, partido envolvido no “mensalão”, alegando que a responsabilidade pelos erros é individual, e que o PTB apóia o PSDB com base programática, mas que ele, enquanto presidente, não aceita compactuar com o crime.

Essa mensagem é útil, quando lembra-se que o PT passa a mão na cabeça de seus próprios “aloprados” e que os réus de formação de quadrilha continuam apitando dentro do partido – alguns inclusive bem próximos do núcleo da campanha de Dilma.

Outro ponto forte da entrevista foi quando Serra deixou claro que entre pagar pedágios ou morrer nas estradas federais, a primeira opção é muito melhor.

E ainda aproveitou para denunciar que o governo Lula investiu apenas um terço dos mais de R$ 60 bilhões arrecadados com a CIDE, imposto cuja única finalidade é melhorar a qualidade das estradas no país.

Por fim, Serra defendeu a escolha de Índio da Costa como vice da chapa, frisando seu papel na aprovação do projeto Ficha Limpa, mais uma bola dentro.

Tenho que reconhecer que o tucano foi bem na entrevista de maior audiência da televisão brasileira, e lamento apenas que o casal de entrevistadores não tenha levantado a questão do “mensalão” durante a entrevista com Dilma. Ficou faltando isso.

Enquanto os liberais continuam órfãos de representantes na política, não resta muita dúvida: por eliminação, e principalmente para frear o projeto autoritário petista em curso, é tomar um Engov e ir de Serra na cabeça!

August 11, 2010

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