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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Petróleo ameaça legado de Lula, diz artigo no Financial Times



O jornal britânico Financial Times adiantou em seu site um artigo segundo o qual as dificuldades de exploração do petróleo na camada pré-sal ameaçam o legado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Por Sílvio Guedes Crespo

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No site do FT, Lula agarra-se a plataforma
(imagem: reprodução)

Petróleo ameaça legado de Lula, diz artigo no Financial Times

Seu presidente enormemente popular, Luiz Inácio Lula da Silva, parecia que deixaria o cargo sob um coro de elogios – até que ele mergulhou nas complicações do petróleo de águas profundas”, afirma o autor do artigo, Norman Gall, diretor-executivo da Instituto Fernando Braudel, em São Paulo.

Na opinião do autor, se ocorrer um grande acidente na região do pré-sal, “nem a Petrobrás, nem a Marinha brasileira tampouco embarcações privadas poderiam montar um esforço de emergência na mesma escala vista no Golfo do México [onde explodiu e afundou uma plataforma da petrolífera BP em abril, com vazamento de óleo que dura até hoje]”.


O texto diz que Lula usa como arma política a imagem do Brasil como potência de petróleo.

Reconhece que essa possibilidade “não é ilusória”, mas insinua que o fato de Dilma Rousseff ter ocupado uma cadeira no conselho da Petrobrás influenciou na proposta legislativa que deu à empresa o monopólio sobre as áreas descobertas, propostas essas que, na avaliação do autor, geraram “uma miríade de problemas”.

A necessidade de levantamento de capital para a Petrobrás, junto com os gastos para a Copa e as Olimpíadas, podem gerar um aumento de despesas públicas, “pode significar um retorno lastimável ao passado”.
Como consequência,  diz o artigo, “a reputação de Lula pode em breve naufragar tão fundo quanto as reservas de petróleo que entusiasmaram o País”.


Petrobrás na berlinda
A Petrobrás entrou na berlinda nos últimos dias. Ontem (terça-feira, 10), os jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e O Globo escolheram a empresa como a principal notícia do dia.

O Estadão informou que a Petrobrás e a Agência Nacional do Petróleo (ANP) estão brigando.

Dos contratos para compra de equipamentos pela empresa, 65% têm que vir de fornecedores brasileiros, obrigatoriamente.
A petrolífera quer baixar esse número para 35%, mas a ANP não aceita.

Na Folha, o diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, disse em entrevista que o governo quer aumentar sua participação na Petrobrás de 32% para 40%.

O Globo reportou que a ANP vai inspecionar uma plataforma da Petrobrás por causa de risco de acidente.

Um dos fiscais disse que há perigo de acidente de trabalho de “grandes proporções.


11 de agosto de 2010

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