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sábado, 24 de maio de 2008

Uma nova espécie: o petano

Se der certo, a aliança PT e PSDB em BH vai criar o petano. Se der errado, o tucapeta
por Otávio Cabral

Fotos Nelio Rodrigues/1º Plano, Claudio Cunha/Encontro Imagens e Lailson Santos
O "social-democrata radical" Márcio Lacerda (no alto) e seus padrinhos, o petista Fernando Pimentel e o tucano Aécio Neves: experiência de olho em 2010

A alta popularidade do governo Lula, a falta de densidade da oposição e a perseguição incessante do poder estão produzindo um novo protótipo de político.

Ele não é petista, mas admira algumas características dos petistas.


Também não é tucano, mas elogia as virtudes do PSDB.

Manipulando os genes do que supostamente existe de melhor nos dois principais partidos do país, está nascendo o petano – criatura que não é uma coisa nem outra, mas surge para tentar representar as duas.

O primeiro exemplar da série chama-se Márcio Lacerda, um ex-militante de uma organização guerrilheira comunista.

Hoje milionário e convertido ao capitalismo, ele será lançado por petistas e tucanos como candidato a prefeito de Belo Horizonte, em uma experiência inédita que vai servir de laboratório para vôos mais ambiciosos em 2010.

Embora seja um processo ainda restrito ao universo político mineiro, é bom prestar atenção na novidade.

Tanto no PT como no PSDB há simpatizantes da hipótese de união entre os dois partidos para, quem sabe, apoiarem juntos um candidato de consenso à sucessão do presidente Lula.

Como é improvável, ao menos agora, que um petista se agarre a um tucano e vice-versa, um petano pode ser a solução para acabar com os constrangimentos.

Se der chabu, a experiência poderá, é claro, produzir um bicho menos benigno, o tucapeta.

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