Fachada do STF: pressão por julgamento do mensalão
(Dorivan Marinho/Fotoarena)
STF: 35 mil pedem julgamento do mensalão
Manifestantes entregam abaixo-assinado a ministros exigindo decisão sobre réus do maior escândalo do governo Lula ainda neste semestre
Representantes de movimentos de combate à corrupção devem entregar aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira, um abaixo-assinado com mais de 35 000 assinaturas pedindo que o julgamento do mensalão seja realizado ainda no primeiro semestre.
A previsão é que os integrantes do movimento “SOS STF – Julgamento do Mensalão Já” estejam no STF às 14 horas. Fazem parte do grupo o Movimento 31 de Julho, a organização não-governamental Transparência Brasil, a ONG Contas Abertas e o Movimento “Queremos Ética na Política”.
O principal objetivo do protesto é alertar para a possibilidade da prescrição de alguns crimes. "O nosso objetivo é fortalecer as instituições. Esse é um gesto de solidariedade aos ministros do STF.
Nós acreditamos que o próprio [presidente do STF] Carlos Ayres Britto tem a intenção de julgar o processo rapidamente. Então isso é um apoio a essa intenção”, afirmou Ana Luiza Archer, do Movimento 31 de Julho.
Apesar de a maioria das assinaturas ter sido colhida de forma eletrônica (cerca de 24 000), os organizadores da petição dizem estar satisfeitos com apoio físico. “A adesão na rua foi muito grande. No Rio, fizemos eventos na orla, em Copacabana, Ipanema, Leblon.
Os movimentos duravam apenas duas horas, mas a adesão era total”, afirma Marcelo Medeiros, também do 31 de Julho. “O corpo a corpo na rua foi muito interessante. Grande parte das pessoas aderiu, fez fila e elogiou muito”, completa Ana Luiza.
A campanha das entidades ocorre após a ação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem se lançado numa ofensiva sobre o STF para protelar o julgamento, como revelou reportagem da edição de VEJA desta semana.
Lula encontrou o ministro do STF Gilmar Mendes no dia 26 de abril no escritório do ex-ministro Nelson Jobim.
Em troca da lealdade do integrante do Supremo, ofereceu uma blindagem na CPI do Cachoeira – na leitura do ex-presidente, Mendes poderia se tornar alvo da investigação por ter se encontrado com Demóstenes Torres em Berlim.
Lula também planejava ter conversas semelhantes com outros ministros. Ou fazer chegar a eles suas intenções.
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