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terça-feira, 16 de agosto de 2011

Quem vai apoiar a faxina de Dilma?


 



Vale a pena conferir a entrevista que o cientista político José Álvaro Moisés deu ao jornal O Globo e que o Blog do Noblat publica na internet. 

O tema da entrevista é a situação política em que a presidente Dilma Rousseff se vê diante da faxina que iniciou no governo após denúncias de corrupção e que tem esbarrado na chantagem de partidos aliados, que ameaçam retirar seu apoio a ela caso as demissões e investigações continuem.

Para Moisés, a única forma de Dilma continuar com a faxina é buscar apoio popular:

O Globo: Como a presidente Dilma pode prosseguir com a faxina no governo, mantendo a governabilidade?

Moisés:
Eu diria que isso dependerá em grande parte da relação dela com a sociedade. A opinião pública neste momento é a variável mais importante na qual ela pode se apoiar. O modo de os partidos participarem do presidencialismo de coalizão não é muito indicativo de que eles queiram mudar a conduta adotada até agora. Então, ela vai precisar buscar mecanismos novos, novas forças para criar suficiente força política e pressão para enfrentar o problema.

Uma alternativa que surgiu na segunda-feira foi a movimentação dos chamados senadores independentes, que não são aliados do governo, mas que anunciaram apoio pontual à Dilma na questão da faxina. 

O grupo é formado por Pedro Simon (PMDB-RS), Cristovam Buarque (PDT-DF), Pedro Taques (PDT-MT), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE), Ricardo Ferraço (PMDB-ES), Ciro Miranda (PSDB-GO), Ana Amélia Lemos (PP-RS) e Eduardo Suplicy (PT-SP). 

Por enquanto, a iniciativa tem pouca força e enfrenta a desconfiança da oposição, que diz não acreditar na vontade de Dilma de ampliar a faxina, e as críticas da base de apoio ao governo.

Como conta também O Globo, o senador José Pimentel (PT-CE) comandou as críticas ao bloco, comparando o atual movimento anticorrupção com o que desestabilizou os governos de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek nos anos 1950.

A analogia canhestra foi rebatida por Pedro Simon:



“A história se repete como farsa”, disse Pimentel, lembrando que, na década de 50, diante de uma enxurrada de denúncias de corrupção no governo, o jornalista Carlos Lacerda comandou um movimento que “deu no que deu”.

(…) Simon rebateu dizendo que o episódio não tem parâmetro de comparação com a situação de hoje, já que, naquela época, não existia a imprensa que o país tem hoje:

“Não tem nenhum Carlos Lacerda nem ninguém querendo dar nenhum tipo de golpe”.

José Antonio Lima


16/8/2011


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