Wagner Rossi teve a prerrogativa de pedir demissão, num processo muito parecido com o de Alfredo Nascimento.
Ele sai no momento em que a presidente, para todos os efeitos, o apoiava integralmente.
O que já havia contra ele era grave o bastante.
Mas o Planalto foi informado de que, como na Ilíada, nuvens negras se formavam no horizonte.
O próprio Rossi deu a pista.
Disse que estão mexendo com a sua família.
Pois é.
Um de seus filhos é deputado federal, o Baleia, e também andou no jatinho da empresa que tem negócios com o ministério.
Outros são donos de produtora de vídeo que, de modo indireto, prestam serviços a órgãos púbicos, o que é proibido.
Se a família de Rossi não estivesse metida no ramo do patriarca, é quase certo que fosse preservada de qualquer contratempo.
Rossi me lembra uma passagem narrada por Paulo Francis na primeira edição de O Homem e Sua Hora, livro do genial Mário Faustino (1930-1962).
O poeta assinava uma coluna de crítica literária no então poderoso Jornal do Brasil.
Um desses poetastros foi reclamar com a condessa Pereira Carneiro, pedindo que ela impedisse Faustino de criticar um livro seu.
Indagou, então, a elegante mulher (cito de cabeça porque estou escrevendo na lanchonete no Einstein, aguardando o meu horário): “Mas, se ele ainda não leu o seu livro, como o senhor sabe que ele não vai gostar?”
Rossi já sabe que as eventuais reportagens futuras sobre seus filhos deixarão a família em apuros, é isso?
Já sei.
Jornalitas são pessoas muito malvadas.
17/08/2011
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