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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Rossi saiu para proteger Temer, avalia a base aliada



Sob pressão

Cristiane Jungblut e Isabel Braga
o globo

BRASÍLIA - A avaliação na base aliada é de que o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi não aguentou a pressão de novas denúncias que viriam e saiu até para proteger o vice-presidente Michel Temer, que o indicou para o cargo.
O discurso, espalhado pelo próprio Temer a parlamentares, é de que
Rossi saiu a pedido da família .

O líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), ao receber telefonema anunciando a saída, estava ao lado do líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP).

Temer avisou a cúpula do PMDB, enquanto a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, conversou com outros, entre eles Vaccarezza.

O ministro Rossi prestou um grande serviço e, até o momento, não tem nenhuma denúncia contra ele

O líder Vaccarezza assumiu um discurso de que a troca de quatro ministros em oito meses (cinco quando se considera o troca-troca de pastas entre Ideli e Luiz Sérgio, que foi para o Ministério da Pesca) não afeta o clima da base aliada nem o relacionamento com o PMDB.

- O ministro Rossi prestou um grande serviço e, até o momento, não tem nenhuma denúncia contra ele. Ele resolveu sair por razões familiares. Pegar carona (no jatinho da empresa) não quer dizer que estava comprometido.

Essa mudança (de quatro ministros) indica que houve problemas e foram feitas mudanças. A presidente tem atuado de forma ágil, inclusive em indicar o substituto. O clima com o PMDB está o melhor possível. Estava com o líder Henrique Eduardo Alves quando houve a informação.

Já deputados do PMDB contaram que Dilma desejava a permanência do ministro.

- Infelizmente, ele entregou a carta. À tarde, a presidente Dilma pediu ao Temer que o convencesse a ficar. Ele não aguentou. Cada um tem seu limite, envolveu a família - afirmou o deputado Celso Maldaner (PMDB-SC).

- Fomos todos pegos de surpresa. Ele estava prestigiado pela presidente - acrescentou o deputado Marcelo de Castro (PMDB-PI).

Para outros integrantes da base, o clima está cada vez pior. O líder do PR, deputado Lincoln Portela (MG), disse que há problemas de relacionamento político na base. Ele lembrou que o senador Alfredo Nascimento (PR-AM), ex-ministro dos Transportes, também deixou o cargo quando as denúncias passaram a prejudicar sua família.

- Quando as coisas entram no campo pessoal, não tem outro jeito. Estou dizendo isso desde o início: o clima na base, há uma hermenêutica do governo com a base que não é boa - disse Lincoln Portela, afirmando que Dilma está se esforçando para mudar isso.

Filiada ao PMDB, vice-presidente da Câmara elogia decisão de Rossi e pede que Novais deixe o cargo

Para a primeira vice-presidente da Câmara, Rose de Freitas (PMDB-ES), o ministro Wagner Rossi, da Agricultura, agiu corretamente ao deixar o ministério e defender sua honra fora do cargo. Rose afirmou ainda nesta quarta-feira que o ministro do Turismo, Pedro Novais, deveria tomar a mesma atitude e deixar a pasta.

Rose de Freitas, que é do mesmo partido dos dois, afirmou que na tarde desta quarta um grupo de 40 deputados da bancada se reuniu para discutir uma postura diferenciada para a legenda.

Segundo ela, ficou patente o descontentamento com os rumos do partido.

- Wagner Rossi tomou a decisão certa, no momento oportuno. Ele vai ter a liberdade necessária para se defender. Não renunciou para se esconder. Pedro Novais deveria fazer o mesmo, esse deveria ser o primeiro (a deixar o cargo).

O PMDB está bastante enfraquecido, a grande maioria da bancada do PMDB está descontente. O PMDB se submete demais aos cargos. Não queremos mais discutir emendas e cargos, queremos discutir política
- disse a deputada.

Segundo Rose de Freitas, o PMDB precisa mudar, para ter um bom desempenho nas eleições municipais de 2012:

- Ou ele (o PMDB) toma uma direção diante da opinião pública, ou terá o pior desempenho nas eleições municipais de 2012. Viramos o partido mais fisiológico da República.

17/08/2011

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