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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Obama tenta conquistar América rural com promessa de empregos, mas é confrontado pelo Tea Party






O Globo

DECORAH, Iowa - Em busca do apoio da América rural, o presidente Barack Obama chegou ontem a Iowa, prometendo ajuda a fazendeiros e um pacote de US$ 350 milhões para gerar empregos, no segundo dia de viagem pelo Meio-Oeste.

Mas, numa região com elevado nível de desemprego, o presidente americano se viu obrigado pelo Tea Party a transformar comícios sobre como criar postos de trabalho em explicações a respeito da crise econômica e da reforma na saúde, num indício do que deve ser a campanha eleitoral.

- Como haverá consenso quando o senhor e o vice-presidente nos chamam de terroristas? - disparou Ryan Rhodes, um ativista do movimento conservador, em Decorah, Iowa.

Rhodes se referia a uma frase atribuída a Joe Biden e que foi desmentida. Mesmo assim, Obama respondeu:

- Honestamente, concordo que devemos baixar o tom retórico do debate. Já me chamaram de socialista, disseram que não nasci neste país e que estou destruindo os EUA porque aprovei uma reforma da saúde que me parece excelente. Parece-me ótimo que baixem o tom.

Ataque e defesa marcaram o segundo dia da caravana de Obama.

A bordo do ônibus blindado, o presidente começou na segunda-feira uma viagem por áreas rurais de Minnesota e Iowa, terminando hoje em Illinois. Acabou confrontado com sua medida mais polêmica, diante das perguntas de eleitores sobre a obrigatoriedade de ter um seguro saúde - medida que os pré-candidatos republicanos à Presidência querem derrubar.


Embora a Casa Branca classifique como uma viagem oficial, a intenção de Obama era mobilizar a base democrata e buscar o voto independente, num momento em que seu índice de aprovação alcança 39%.

Como qualquer candidato, ele segurou um bebê no colo, conversou com estudantes e lanchou com pequenos empresários num café.

Em Iowa, ele voltou ao estado que lhe deu uma vitória estratégica sobre Hillary Clinton na briga pela candidatura do partido na eleição passada e onde a republicana Michele Bachmann - nome forte do Tea Party - venceu uma pesquisa de opinião no fim da semana passada.

'A responsabilidade é minha. Vou prestar contas disso'


Obama chegou munido com medidas para estimular a economia rural, como facilitar o acesso a empréstimos e tecnologia, além de um esforço para combater o desemprego, que chega a 9% no país, com US$ 350 milhões sendo destinados a pequenos negócios rurais nos próximos cinco anos.

Ele anunciou ainda um programa de US$ 510 milhões a serem empregados em três anos para aumentar a produção de biocombustíveis.

- Poderíamos fazer ainda mais se o Congresso jogasse a favor - disse em Peosta, Iowa.

Como na véspera, a viagem foi marcada por críticas à oposição republicana, que controla a Câmara dos Representantes.

Analistas políticos chegaram a compará-la à campanha de Harry Truman, em 1948, contra "um Congresso que não faz nada".

Nas paradas, Obama encorajou os eleitores a pressionarem parlamentares, mas ouviu muitas perguntas sobre economia e sobre o rebaixamento da nota da dívida soberana americana pela agência Standard & Poor's. Ao responder, ele procurou se distanciar do Congresso.

- Isso mostra que o Congresso não é capaz de cumprir os compromissos necessários para fazer o país progredir - disse Obama, em Decorah. - Há muitas propostas que poderíamos começar a implementar neste exato momento, mas há gente no Congresso que se nega, porque acredita que cooperar comigo é ruim para sua imagem política.

Em Iowa, Obama deu uma entrevista à rede CNN dizendo que embora os americanos saibam que os problemas na economia "vêm de décadas", os eleitores estão ficando impacientes e querem ver mais progressos.

- A confusão é maior do que muitos haviam antecipado. Fizemos firmes progressos nessas frentes, mas não estamos progredindo rapidamente o suficiente. Continuo a acreditar que a responsabilidade é minha. Eu vou prestar contas disso.

A alguns quilômetros dali, o governador do Texas, Rick Perry, fazia campanha em Dubuque pela candidatura do Partido Republicano nas eleições presidenciais. Junto com o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney e Michele Bachmann, Perry surgiu nos últimos dias como um dos principais nomes da oposição para desafiar Obama em 2012.



 17/08/2011

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