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segunda-feira, 13 de julho de 2009

Metamorfose repugnante


O INCOMPREENSÍVEL ELOGIO DE MICHAEL JACKSON
PELO VATICANO

 Marian T. Horvat, Ph.D.

Nesse extravagante caso — como o do "Michael Johnson está morto" [1] —, minha amiga Jan e eu entramos em acordo em quase tudo. Nós concordamos que é um sinal de uma corrupta e moribunda civilização quando tão grande homenagem é prestada a um ídolo do rock com "fascínio andrógino" que se jacta de compartilhar sua cama com meninos.




Metamorfose repugnante
O caso de Michael Jackson é muito pior do que o de um excêntrico ídolo roqueiro com obscenos movimentos de dansa e canto estridente entremeado com gritos e risos. O artista de 50 anos metamorfoseou-se em uma criatura que não era mais homem nem mulher, preto ou branco, adulto ou criança. Na verdade, era um produto artificial de sucessivas cirurgias plásticas e de drogas, a tal ponto que sua fisionomia final não tinha nada a ver com a face original. Eu diria uma espécie de Frankenstein sem a cicatriz na testa, com um visual de ente diabólico mais do que de homem.
Graças à autotransformação de seu ser, tudo nele era monstruoso e extravagante. Embora tenha havido contra ele muitas e sérias acusações de abuso de menores, homossexualidade, transexualismo e outros desvios de conduta moral, ainda é exaltado como rei do pop. Sua conta de farmácia era de dez mil dólares mensais, aluguel residencial de cem mil dólares mensais, e deixou uma dívida de meio bilhão de dólares. Foi pai — provavelmente não o pai biológico — de três crianças dignas de compaixão que moravam com ele no seu rancho Terra do Nunca, um parque infantil com brinquedos, cavalgadas e animais para eternas crianças.
Ele foi criança com os piores vícios dos adultos; um tímido e efeminado que se apresentava no palco com dinamismo audacioso e agressivo. Por um lado, fazia brincadeiras infantis, por outro, envolvia-se no ocultismo. As contradições vão por aí afora... Um esquizofrênico ou um possesso? Certamente ambos, Jan e eu concordamos, mas provavelmente muito mais um possesso.
O cantor pop iniciaria uma série de 50 concertos intitulada This Is It a partir de 13 de julho, o aniversário do dia em que Nossa Senhora apareceu pela terceira vez em Fátima e mostrou o inferno para as três crianças. Deus não permitiu essa turnê. Amigos próximos relataram que Jackson tinha uma premonição de que morreria em breve. Teria ele, como John Lennon, feito um pacto com o Diabo para alcançar fama e fortuna? Não se pode saber com certeza. O que é certo é que a busca de Jackson pela eterna juventude terminou em 25 de junho aos 50 anos de idade.

O jornal do Vaticano celebra Jackson


O transbordamento de adoração por Jackson da parte dos meios de comunicação tem sido repugnante, mas não surpreendente. O que realmente chocou foi ver esse ídolo pop receber homenagem no diário oficial da Santa Sé. "Mas, estará morto na realidade?" foi o título do artigo publicado na primeira página do L'Osservatore Romano no dia seguinte ao falecimento de Michael Jackson, evocando assim o mito de Elvis de que um legendário herói popular nunca morre.
Por que um órgão do Vaticano, que deveria censurar a dança pornográfica e a música rock, louva o astro como sendo um "menino prodígio" e um "grande dançarino", dizendo que ele "nunca morrerá na imaginação dos fãs"? (Agência AFP, 27 de junho de 2009). Os bons católicos que sentem aversão pela cultura rock que está destruindo a moral da juventude não encontram resposta para esta pergunta.
Há mais. As cirurgias transexuais de Jackson foram chamadas de "processo de autodefinição que superou a raça". Talvez Jackson não quisesse "simplesmente tornar-se um branco", prossegue o artigo, "mas superar limites, mesmo artísticos, impostos pela identidade étnica". Temos aí a horrorosa idéia de sua "transformação" de negro em branco como algo que deve ser muito mais aplaudido como "original" do que denunciado como antinatural e aberrante.
O artigo também elogia seu mega-álbum Thriller.

Thriller uniu o macabro ao blasfemo


Para os que não sabem, o vídeo Thriller é uma espécie de paródia de terror da morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Durante o vídeo, Jackson se transforma em um zumbi e morre. Ele "ressuscita" junto com seus macabros discípulos apresentados em diferentes graus de putrefação que saem de seus túmulos. A horrorosa coreografia do show foi tão blasfema e satânica que inclusive as Testemunhas de Jeová — aos quais ele pertencia nessa época — o expulsaram de seu meio.
O mais chocante de tudo é como o jornal do Vaticano trata de seus supostos crimes com meninos. E no final do artigo, comenta: "Todos sabem a respeito de seus problemas com a lei depois das acusações de pedofilia. Mas nenhuma acusação, embora séria ou escandalosa, é suficiente para desdourar seu mito entre milhões de fãs no mundo inteiro".
Em vez de fazer uma forte crítica, esse comentário em tom leve sobre o horrível crime de pedofilia parece muito mais uma aprovação tácita. É realmente inacreditável que tais coisas tenham sido escritas no jornal do Vaticano.
Temos ouvido alguns conservadores desconcertados alegar que pessoas, como nós, somos exageradas, porque o L’Osservatore Romano é apenas um jornal católico. De fato o L’Osservatore Romano tem sido o principal jornal do Vaticano desde 1861. Sabemos que, teoricamente falando, o único "órgão oficial" da Santa Sé é a Acta Apostolicae Sedis — o registro dos documentos do Vaticano em sua formulação definitiva — e que o L’Osservatore Romano é apenas o órgão "extra-oficial". Não obstante, na prática, todo o mundo reconhece que o L’Osservatore é a voz efetiva do Vaticano.
Esta é a razão pela qual o elogio a Michael Jackson está causando trauma nos meios católicos bem orientados.

Orientações diferentes no Vaticano?
O único ponto de desacordo entre mim e Jan foi sobre esse elogio de Michael Jackson pelo Vaticano. Como muitos católicos, Jan insiste que Bento XVI não tem controle sobre o novo editor do L’Osservatore Romano, que, ela lamenta, está continuamente perdendo o juízo a respeito da tradição católica.
"Algo estranho parece estar acontecendo no jornal do Vaticano", ela se queixa. "Primeiro, a opinião sobre os Beatles e John Lennon. Depois, os elogios a Obama e as evasivas a respeito de sua postura pró-aborto. Agora, isto". O jornal está se tornando um incômodo para todos os católicos. Ela não pode entender por que "nosso Papa" não faz nada a esse respeito, como faria se estivesse em completo desacordo com a nova direção que o jornal está tomando.

A Igreja conciliar se dessacralizou, acolheu o profano e por fim prestou homenagem ao andrógino


Não creio que o Papa não faça nada. Sabe-se que o editor final do jornal é o Papa. Se ele não está satisfeito sobre como vão as coisas, ele muda o editor ou simplesmente o obriga a retificar sua orientação.
Bem, se Bento XVI tivesse estado insatisfeito com o artigo que comemorou e elogiou o Álbum Branco dos Beatles em novembro de 2008, facilmente poderia ter dito uma palavra. Não teria permitido algo que vai nessa linha de cultura pop. Mas não houve nenhuma censura. Pelo contrário, temos aqui outro artigo seguindo a mesma orientação. Portanto, pode-se apenas concluir que o Papa concorda com a nova linha. O jornal continua sendo porta-voz do Vaticano.
A postura do editor — que neste caso é mais audaciosa do que há sete meses — teve o pleno respaldo do Papa. A palavra do Papa é ainda a palavra final na redação do L’Osservatore Romano na Cidade do Vaticano.
A meu ver, não está havendo nenhuma infiltração de forças inimigas no L’Osservatore Romano. Simplesmente estamos sendo testemunhas de outra fase de adaptação ao mundo moderno. Agora, parece que os "sinais do tempo" são a música rock e as extravagâncias de seus ídolos. Outra mudança na esteira do Concílio Vaticano II.
Notas:
[1] A Autora faz uma analogia com o caso do condenado à morte Michael Johnson que suicidou-se em 2006 numa prisão do Texas 18 horas antes de sua programada execução. A sentença foi fundada num falso testemunho e o caso serviu de argumento para os que defendem a abolição da pena de morte.
— Artigo da coluna "Conversas com Jan" publicado em Tradition In Action com o título The Vatican’s Incomprehensible Praise of Michael Jackson.
— Tradução para o português: André F. Falleiro Garcia.

1 comentários:

Anônimo disse...

Por que seria incompreensível da parte da Igreja reconhecer o talento de um homem que mudou a música, a dança e o vídeo clip nos anos 80? Será que Deus vai julgá-lo pela aparência ou vai julgá-lo pela capacidade de se compadecer dos sofridos, dos abandonados, dos doentes, das crianças vítimas das guerras? Será que a aparência no céu está tão em voga quanto na terra? Jesus!!! Michael teve mais atitudes cristãs do que muitos cristãos que se autointitulam santos como os fariseus no tempo de Jesus, se sentindo no direito de, assim como alguns evangélicos, determinar quem vai ou não para o céu, quem pode ou não ser alvo positivo de um discurso da Igreja. É inveja, é? Só sendo! Não vejo outra razão para tamanho pandemônio!