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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A supergerente nascida para comandar tropeça na arrogância do ministro falastrão



Por Augusto Nunes
Veja Online


A líder de nascença, extraordinariamente articulada e mais sabida que qualquer homem, capaz de remover impasses de bom tamanho com outra ideia luminosa ─ essa Dilma Rousseff começou a morrer de inanição quando a ministra de pouquíssimas palavras virou candidata à Presidência e teve de destravar a garganta.

Meia dúzia de frases sem pé nem cabeça bastaram para escancarar o neurônio solitário.

A primeira entrevista mais demorada denunciou um cérebro em permanente litígio com o raciocínio lógico.

A Joana D’Arc da guerrilha urbana é tão palpável quanto o Brasil Maravilha do cartório.
A superexecutiva onisciente, onipresente e onipotente, capaz de organizar em 30 minutos uma contrapartida administrativa do Barcelona ─ essa Dilma Rousseff morreu de anemia depois da saída de seis ministros (cinco por corrupção, um por alucinação) em menos de 10 meses de governo.

Um técnico de futebol que substitui meio time antes dos 25 minutos do primeiro tempo, para antecipar-se à expulsão inevitável e para subtrair-se às vaias das arquibancadas, só pode ser autorizado a escalar a seleção do hospício.

A arrogância debochada de Carlos Lupi ameaça rasgar a terceira e última fantasia.

É a que enfeita a supergerente implacável, incansável e geniosa, capaz de fazer qualquer marmanjo folgado chamar a mãe já no início do pito arrasador, ou de emudecer até um cangaceiro aliado com aquele perturbador “meu querido…” rosnado ao pé da orelha. “Pela relação que tenho com a Dilma, não saio nem na reforma”, jactou-se nesta terça-feira o ainda ministro do Trabalho, depois da conversa com a antiga companheira de PDT.

Nada de “presidenta”, muito menos “presidenta Dilma Rousseff”.


Para Lupi, a chefe de governo é “a Dilma”, com o artigo sublinhando a intimidade de comparsa.

Nesta quarta-feira, Lupi fingiu que a imprensa não entendeu direito o que disse.

Negou ter desafiado a chefe, mas manteve a essência do falatório: vai continuar no cargo ─ antes e depois da reforma ministerial de janeiro.

Dilma encarregou Gleisi Hoffmann de lembrar à nação que é a presidente quem nomeia e demite. Mas não demitiu o homem que instalou num gabinete desonrado por incontáveis maracutaias.

A permanência de Lupi no ministério arrendado ao PDT fortalecerá a suspeita de que os frequentes ataques de nervos protagonizados por Dilma Rousseff não têm parentesco com os associados a governantes enérgicos, exigentes, durões.

São apenas chiliques.

São só grosserias


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