PM diz que gravou conversa
com Orlando Silva
"na calada da noite"
PM que denunciou ministro diz que apresentará provas à Polícia Federal, nesta quinta-feira
Camila Campanerut
e Maurício Savarese
e Maurício Savarese
UOL - Em Brasília
Líderes da oposição fizeram uma longa reunião com o PM João Dias Ferreira, que denunciou corrupção no Ministério do Esporte, dirigido por Orlando Silva. Em um trecho de sua conversa, Dias Ferreira também se defendeu:
"Não sou bandido, sou polícia", disse o PM.
João Dias disse que apresentará provas contra o ministro Orlando Silva nesta quinta-feira (20/10),durante depoimento na Polícia Federal.
"Falei agora por uma questão de midia. As denúncias feitas agora têm impacto devido à Copa do Mundo. Foi estratégico, isso", explicou o PM.
"Tenho gravação de uma conversa mantida em reunião, em 2008, na calada da noite. no sétimo andar. O encontro foi entre 21 e 23 horas", revelou o PM.
Em reunião com lideres da oposição no Senado, o PM João Dias afirmou que "está sendo ameaçado e perseguido".
Em outro trecho de sua conversa com os deputados e senadores de oposição, o PM pediu para “que o ministro evite continuar mentindo".
" Não estou aqui para enfrentar oministro. Ele tem liberdade para fazer o que está fazendo...Só não tem o direito de atacar as pessoas. Eu não sou bandido. Sou polícia", disse o denunciante.
Presente à reunião com Joã Dias, o líder do Democratas na Câmara, o deputado ACM Neto (BA), disse que o denunciante "tem provas materias contra o ministro e sua gestão à frente do ME".
O deputado não deu mais detalhes sobre os documentos que o denunciante teria contra o ministro.
A oposição quer que o policial, que já está envolvido em processo de emissão de notas fiscais frias e foi preso na Operação Shaolin, seja convidado a depor na Câmara. Mas os governistas derrubaram o primeiro pedido em uma das comissões da Casa.
ACM Neto disse que Orlando Silva "está jogando para a plateia ao se apresentar a duas comissões da Câmara".
"Nós queremos que o denunciante mostre ao Brasil o que mostrou aos quatro partidos de oposição", disse o deputado democrata, sem detalhar as supostas provas da denúncia.
Questionado sobre o fato de ainda não ter apresentado publicamente as provas contra o ministro, João Dias disse: "eu não vivo de política. Preciso me resguardar".
Diante da suposta ameaça, o PSDB encaminhou pedido ao Ministério da Justiça, solicitando proteção policial ao denunciante.
Na época da conversa entre João Dias e Orlando Silva, o ministro do Esporte era o atual governador do DF, Agnelo Queiroz. Orlando era secretário executivo de Queiroz.
Na opinião do líder do governo, Cândido Vacarezza (PT/SP), o depoimento de Orlando Silva "foi sólido e esclarecedor".
Vacarezza disse também que a presidente Dilma Rousseff foi informada da reunião entre os deputados e o ministro do Esporte. " A presidente mantém total confiança no ministro Orlando Silva", disse o deputado.
O ministro Orlando Silva estará no Senado nesta quarta-feira (19/10) em mais uma sessão de defesa contra as mesmas denúncias de corrupção em seu ministério.
18 de Outubro de 2011
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