Quando vejo a humanidade indiferente aos mínimos preceitos de ética e moral, achando natural que os bons façam uso das más atitudes, para se igualar aos maus, a exemplo do que ocorreu na Líbia, quando homens que combatiam Muammar Gaddafi, exatamente pelas covardes violências que cometera contra o povo líbio, igualaram-se ao tresloucado ditador, ao cometerem o ato vil de assassinar um prisioneiro, já indefeso.
Ao que parece, a normalidade com que a imprensa e as autoridades internacionais tratam o frio assassinato perpetrado pelas forças insurgentes, vitimando o aloprado ditador, e outros membros de sua família, demonstra que o poeta Augusto dos Anjos estava absolutamente certo quando, ao criar o antológico poema "Versos Íntimos", foi taxativo:
"O Homem, que, nesta terra miserável, mora, entre feras, sente inevitável necessidade de também ser fera".
Assim está o mundo dito moderno!
Atitudes covardes como a que foi cometida pelos rebeldes líbios, que antes agrediam moral e éticamente o chamado "mundo civilizado", hoje passam a ser, pelo menos para a imensa maioria, encarados como "atos plenamente justificáveis".
O fato é que, independente dos crimes cometidos por Gaddafi, ele deveria, já que havia sido feito prisioneiro, ser tratado dentro de parâmetros legais, ao invés de ser "massacrado" por uma "turba de arruaceiros", que se hoje não respeitam as leis, não as respeitarão amanhã, quando forem tomados pelo veneno que comumente domina poderosos: a prepotência...
21.10.2011
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