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sábado, 13 de agosto de 2011

Guia Politicamente Incorreto da América Latina


Autores:

Leandro Narloch e Duda Teixeira


 Nem menores de idade ficaram de fora da pena de morte instituída por Che Guevara. No fim de 1959, um garoto de 12 ou 14 anos chegou ao presídio de La Cabaña sob a acusação de ter tentado defender o pai antes que os revolucionários o matassem.

Dias depois, o garoto foi levado ao paredão com outros dez prisioneiros. "Perto do paredão onde se fuzilava, com as mãos na cintura, caminha Che Guevara de um lado para o outro", escreveu Pierre San Martín, um dos prisioneiros de La Cabaña.

"Deu a ordem para trazer antes o garoto e o mandou se ajoelhar diante do paredão.


O garoto desobedeceu à ordem com uma valentia sem nome e ficou de pé. Che, caminhando por trás do garoto, disse: 'Que garoto valente'. E deu um tiro de pistola na nuca do rapaz."

Outro jovem assassinado ali foi Ariel Lima Lago, que tinha sido colaborador da própria guerrilha de Che Guevara. Capturado pelos policiais de Fulgencio Batista em 1958, foi torturado e forçado a dizer onde seus companheiros estavam.

Para fazê-lo falar, os policiais levaram à prisão a mãe do rapaz, deixaram-na nua e disseram ao rapaz que iam estuprá-la caso ele não desse as respostas. Ariel não teve alternativa. Sua mãe foi liberada, mas ele seguiu preso.

Quando a revolução tomou o poder, Ariel passou da prisão de Batista para a prisão comunista de La Cabaña. Sua mãe implorou com o próprio Che Guevara para que não o condenassem à morte, sem sucesso.

É claro que se pode questionar essas informações talvez sejam mesmo só boatos, mentiras e intrigas daqueles cubanos que se viram em desvantagem com o golpe de Fidel Castro. Do mesmo modo, há quem considere pura invenção os relatos de mortes e torturas cometidas pelos regimes militares do Brasil ou da Argentina.

Acontece que o próprio Che Guevara pregava a necessidade das execuções, dava detalhes sobre elas em seu diário e admitia as mortes em público sem o menor pudor. Além das declarações acima, há a mais evidente de todas.

Anos depois da Revolução Cubana, já guerrilheiro famoso com a tomada de poder em Cuba, Che rodou o mundo propagandeando o comunismo.
(págs. 58 e 59)

Trecho do Diário de Che Guevara

"Era uma situação incômoda para as pessoas e para [Eutimio], de modo que acabei com o problema dando-lhe um tiro com uma pistola calibre 32 no lado direito do crânio, com o orifício de saída no temporal direito. Ele arquejou um pouco e estava morto. Ao tratar de retirar seus pertences, não consegui soltar o relógio, que estava preso ao cinto por uma corrente e então ele [ainda Eutimio] me disse, numa voz firme, destituída de medo: 'Arranque-a fora, garoto, que diferença faz...'. Assim fiz, e seus bens agora me pertenciam. Dormimos mal, molhados, e eu com um pouco de asma" 




Antes de desmascarar os personagens, leia a fórmula básica para ser um bom latino-americano.

*
1. Lamentar. Todo latino-americano nutre uma obsessão por episódios tristes de sua história: o massacre dos índios, os horrores da escravidão, a violência das ditaduras. Além dessas histórias de opressão, nada de bom aconteceu.


2. Encarar a cultura local como uma forma de resistência. Fica proibido ligar na tomada instrumentos musicais típicos e populares e passa a ser um requisito moral usar ponchos e saias coloridas – ou pelo menos desfilar com um colar de artesanato indígena.


3. Condenar o capitalismo. O latino-americano que honra o nome acredita que o comunismo foi uma ideia boa, só que mal implantada. E, se já não luta para implantar esse falido modelo por aqui, ao menos defende sistemas mais “sociais”, “solidários”, “justos” e “comunitários”.


4. Denunciar a dominação externa. Se a responsabilidade pelos problemas do continente não pode ser atribuída à Espanha, à França ou a Portugal, então certamente tem alguma mão da Inglaterra ou dos Estados Unidos. Ou, como prega o livro As Veias Abertas da América Latina, clássico desse pensamento simplista, “a cada país dá-se uma função, sempre em benefício do desenvolvimento da metrópole estrangeira do momento”.


5. Cultuar heróis perversos. Quanto mais bobagens eles falarem e quanto mais sabotarem seu próprio país, mais estátuas equestres e estampas em camisetas serão feitas em sua homenagem.

T
udo neste livro é contra essas regras tão batidas para se contar a história da América Latina.

Não nos sentimos representados por guerrilheiros ou por indignados líderes andinos e suas roupas coloridas.

Não há aqui destaque para veias abertas do continente, mas para feridas devidamente tratadas e curadas com a ajuda de grandes potências.

Conhecemos bem as tragédias que nossos antepassados índios e negros sofreram, mas, honestamente, estamos cansados de falar sobre elas.

E acreditamos que todos os povos passaram por desgraças semelhantes, inclusive aqueles que muitos de nós adoramos acusar.


Por isso, quando vítimas da história aparecerem nesta obra, é para revelarmos que elas também mataram e escravizaram – e como elas se beneficiaram com ideias e costumes vindos de fora.

Figuras ilustres da América Latina também passam neste livro, mas longe de nós mostrar somente que elas não são tão admiráveis quanto se diz.


Na história de quase todo país, é comum abrilhantar as palavras de figuras públicas e até inventar virtudes de seu caráter
– e não passa de chatice ficar insistindo numa realidade menos interessante.

Acontece que na América Latina se vai além: escolhem-se como heróis justamente os homens que mais atrapalharam a política, mais arruinaram a economia, mais perseguiram os cidadãos.

Não importam as tragédias que Salvador Allende, Che Guevara e Juan Perón tenham tornado possíveis.

Importantes são o carisma, o rosto fotogênico, a morte trágica, os discursos inflamados contra estrangeiros.

Por isso, não há como escapar: é ele, o falso herói latino-americano, o principal alvo deste livro.

Comentário


Ótima sugestão para dar de presente ao papai!


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