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domingo, 7 de agosto de 2011

Advogados da Conab apoiaram pagamento ilegal





Documento obtido pelo site de VEJA desmente ministro e mostra que Oscar Jucá não agiu sozinho quando destinou 8 milhões de reais à Renascença

Por Gabriel Castro

Quando foi à Câmara dos Deputados, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, disse ter feito de tudo para impedir o pagamento ilegal de 8,2 milhões de reais à empresa Renascença, obra do ex-diretor da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

E que a irregularidade foi resultado de uma atitude individual de Oscar Jucá Neto - o que acabou culminando na sua demissão.

Mas não foi bem assim.


Nos autos do processo em que a empresa cobrava o pagamento da dívida, a companhia exibe o comprovante do depósito milionário e comunica à Justiça que o débito foi quitado.

A ordem de pagamento aparece subscrita por quatro advogados da Conab.

Larissa Machado Botelho, que integra a equipe, assinou o documento em 5 de julho, quatro dias depois que o irmão do senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Senado, realizou o pagamento.


Em tese, cada pagamento deveria passar também pelo procurador-geral da Conab.


Isso derruba, portanto, a afirmação de que Jucá Neto era o único a saber da ilegalidade.

A assessoria do ministro reafirma que, assim que ficou sabendo do pagamento, tentou reverter a decisão.

Oscar Jucá Neto foi demitido do cargo de diretor financeiro da Conab porque ordenou um pagamento ilegal à Renascença.

O processo não havia nem mesmo sido julgado em última instância.

Além disso, Jucá usou recursos de outra rubrica, destinado ao apoio a agricultores.


A Conab não apresentou recurso da decisão, o que é obrigatório para órgãos do poder público. Depois da demissão, Jucá Neto falou a VEJA e revelou a existência de outras ilegalidades dentro da pasta.

"Só tem bandido" - Jucazinho decidiu contar o que sabe porque atribuiu sua saída a uma armação de peemedebistas contra seu irmão - e também porque se sentiu humilhado com a exoneração.

O caso azedou as relações entre o senador Jucá e o vice-presidente, Michel Temer, padrinho do ministro Wagner Rossi. Os dois trocaram ameaças e xingamentos por telefone.

Em entrevista a VEJA, Jucazinho contou que existe um consórcio entre o PMDB e o PTB para controlar a estrutura do Ministério da Agricultura com o objetivo de arrecadar dinheiro.

Ele não poupa seus antigos companheiros de ministério.

Diz que o ministro Wagner Rossi lhe ofereceu dinheiro quando sua situação ficou insustentável.

“Era para eu ficar quieto”, afirma.

“Ali só tem bandido.”

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