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segunda-feira, 21 de março de 2011

O revisor mental instantâneo de Dilma sumiu


“Aqui, senhor presidente Obama, sucedo a um homem do povo, meu querido companheiro Luiz Inácio Lula da Silva, com quem tive a honra de trabalhar.

Seu legado mais nobre, Presidente, foi trazer à cena política e social milhões de homens e mulheres que viviam à margem dos mais alimentares (sic) direitos de cidadania”
.

Dilma Rousseff



Celso Arnaldo Araújo
Augusto Nunes

Depois de quase dois anos fazendo um intensivão em dilmês, é natural que eu tenha um ouvido para dilmices mais apurado que a média. Escutando nossa presidente ler nervosamente, com entonação de redação escolar, o discurso que Patriota e Marco Aurélio escreveram para ela recitar a Obama, também achei ter ouvido “alimentares”.

Mas até eu, dilmista de primeira hora, cheguei a ficar na dúvida: será que foi “alimentares” mesmo? Não teria sido ilusão cacofônica? Sim, porque ninguém comete um lapsus linguae desse porte diante do presidente dos Estados Unidos, em discurso de repercussão mundial, sem se corrigir imediatamente – ainda mais quando se é o presidente de seu país. O Bruno Abbud, em boa hora, veio dissipar minha dúvida: foi “alimentares” mesmo e não se fala mais nisso.

Mas fica a certeza: além de suas profundas carências de expressão, articulação e raciocínio, inéditas num presidente na história de nossa República, Dilma tem um problema adicional e incomum.

Todos nós, a partir de um certo nível de educação formal, somos dotados de um revisor mental instantâneo, uma espécie de liquid paper neuronal, que nos avisa, num átimo de segundo, que acabamos de dizer a palavra errada, uma bobagem que requer correção imediata — ação praticamente simultânea à palavra mal enunciada.

Com Dilma, não ocorre isso: palavra dita é palavra que fica, independentemente da cretinice envolvida nela. Isso, numa pessoa comum, não tem maior importância — a não ser reforçar sua mediocridade e sua inconveniência. Num presidente da República, cujas palavras são elementos de uma história que está sendo escrita, isso é gravíssimo.

Mas também é engraçadíssimo. Desconfio que o discurso do presidente José Serra a Obama, ontem, não teria tido a menor graça.



20/03/2011 

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