Atacar primeiro não é para amadores
Por Augusto Nunes
Tomar a iniciativa e partir para o ataque num debate eleitoral não é para amadores, ensinou outra vez o duelo transmitido pela Band.
Candidata de primeira viagem, espantosamente desarticulada, desprovida de raciocínio ágil, sem vestígios de carisma, Dilma Rousseff desencadeou a ofensiva já na primeira pergunta a José Serra.
Levou o troco mas foi em frente.
Nas duas horas seguintes, sempre na fronteira do chilique, a veia da pálpebra esquerda latejante de cólera, sobrancelhas em arco de normalista contrariada, tentou combater simultaneamente o português, a lógica e os fatos — além do adversário experiente e tranquilo.
Fracassou espetacularmente.
Não aprendeu a atacar nem sabe defender-se.
Nitidamente superior em todos os quesitos, nem por isso Serra foi brilhante.
Pode melhorar muito.
Pode ser bem mais contundente.
Aparentemente, ele preferiu usar o primeiro duelo como laboratório para aperfeiçoar a estratégia e a tática que adotará nos próximos.
Além de confirmar que Dilma é a adversária que todo candidato pede a Deus, o debate na Band mostrou que o eleitorado terá de escolher entre um administrador competente e uma gerente debutante.
Os confrontos seguintes consolidarão a certeza de que disputam o segundo turno um político com currículo respeitável e uma novata que oculta a folha corrida.
Cumpre a Serra deixar claro que, entre os dois candidatos à Presidência da República, só um pode garantir que não vai desonrar o cargo.
1 comentários:
É como disse o Noblat, ele não pode atacar mto duro pq ela é mulher e ele pareceria um mal educado.
Ele tem limites, ela não.
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