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terça-feira, 16 de junho de 2009

Um dia que entrou para a História

Robert Fisk, do Independent

TEERÃ - Foi o dia do destino e o dia da coragem no Irã. Um milhão de pessoas marcharam da Praça Engelob até a Praça Azadi, em Teerã, sob os olhos atentos de um forte aparato policial. Desde a Revolução de 1979 não ocorriam protestos de massa como este no país, com tamanha participação popular.

Multidões se espremiam pelas ruas da capital e, ao chegarem nas principais avenidas, encontravam centenas de fileiras de policiais prontos para conter os distúrbios. No entanto, não se sentiam intimidados, ignoraram a presença da polícia.

Já alguns policiais, diante daquela massa de gente muito mais numerosa, chegavam a sorrir timidamente e, para nossa surpresa, acenar com a cabeça para aqueles homens e mulheres que exigiam liberdade.

Uma mulher começou a sacudir um lenço verde (símbolo da campanha do opositor Mir Houssein Moussavi) e milhares acompanharam seu gesto.

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Não era uma manifestação exclusiva de jovens ocidentalizados do norte de Teerã. Os pobres estavam nela, os trabalhadores, a senhoras de meia-idade e suas roupas ainda mais conservadoras também. Após caminhar por mais de seis quilômetros, o monumento de Azadi apareceu ao fundo como uma nave espacial. Moin e seus amigos andaram tão colados a mim por tanto tempo que meu peito parecia estar esmagado.

No fim do percurso, Moin e seus amigos se sentaram na grama da praça e se perguntaram: será que o líder supremo vai entender o que aconteceu hoje aqui? Um deles disse: "ele vai convocar novas eleições". Imediatamente eles olharam para mim, e eu disse: não perguntem a um estrangeiro. Não estou convencido de que os pais da Revolução de 1979 parecerão amigáveis após essa reivindicação evidente de liberdade.

O governo não está preocupado com bons ou maus garotos. O governo se preocupa com o poder e com o Estado. As armas da República Islâmica continuarão em poder do governo Ahmadinejad e de seus líderes espirituais. Isso, não há dúvida, veremos comprovado em breve.

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