Expedito Filho e Diego EscosteguyFotos Wilson Dias/ABR, Ricardo Moraes/Folha Imagem
MONITORAMENTO
Em depoimento à polícia, Suzana reproduziu comentários feitos pelo juiz De Sanctis (no alto, à dir.) baseados em "informes" que ele receberia sobre os passos do ministro (acima) em Brasília: "Cuidado! Seu gabinete pode estar sendo monitorado", avisou a desembargadora
Se o relato da desembargadora foi fidedigno – e nada indica que não seja –, o juiz sabia que os passos do ministro e de seus assessores estavam sendo monitorados.
BONS SERVIÇOS
O delegado Paulo Lacerda foi afastado da Abin após a revelação de que agentes do órgão grampearam o presidente do STF. O Ministério Público investiga o "sumiço" de escutas legais que comprometiam o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares.
Elas só apareceram depois que o MP intimou Lacerda a apresentar o materialNada ainda foi esclarecido.
Em entrevista, o presidente Lula chegou a elogiar o diretor afastado Paulo Lacerda – aquele que não sabia da ação de seus arapongas, depois sabia um pouco, depois não sabia dos detalhes, depois disse que eram uns poucos agentes, depois disse que eram 52... – e afirmou que o governo está de "braços abertos" para recebê-lo de volta.
Lula sempre defende publicamente assessores suspeitos até que haja uma condenação definitiva.
No caso de Lacerda, o governo também deve gratidão ao delegado pelos bons serviços prestados no período em que ele chefiou a Polícia Federal. Além de estrelar grandes operações, em 2004 o governo poderia ter sido tragado por um escândalo de resultados imprevisíveis.
A investigação da chamada máfia dos vampiros, um grupo que tomou de assalto o cofre do Ministério da Saúde, fisgou o então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, ainda um personagem das sombras, em traficâncias de alto calibre. O que fez a PF então? Sumiu com as gravações que envolviam o tesoureiro.
O material só reapareceu depois que o Ministério Público descobriu a trama e emparedou Paulo Lacerda (veja documento abaixo).
Àquela altura, em meados de 2005, Delúbio já estrelava o escândalo do mensalão.
"Isso não é comum, é muito estranho e está sendo investigado", diz Gustavo Pessanha, procurador da República que integra o grupo de Controle Externo da Atividade Policial.
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